Após pressão dos bancários, Itaú Unibanco mostra dados do plano de saúde

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A Contraf-CUT, federações e sindicatos realizaram na quarta-feira, dia 27/4, nova negociação com o Itaú Unibanco, em São Paulo. A rodada ocorreu após a forte mobilização dos bancários, que promoveram no último dia 19 de abril, Dia Nacional de Luta contra as demissões e o desrespeito frente ao aumento unilateral do convênio médico. Após a pressão dos trabalhadores, o banco apresentou a planilha de custos do plano de saúde. Ficou acertado entre a Contraf-CUT e o banco um calendário permanente de reuniões, visando tratar de outros pontos que se encontram pendentes, como, por exemplo, saúde e condições de trabalho e remuneração.


De acordo com os dados da planilha de custos do plano de saúde, hoje o plano atende a 199.460 vidas (de funcionários na ativa e dependentes legais), distribuídas da seguinte forma: Fundação Saúde Itaú: 126.832; Central Nacional Unimed: 47.068; Caberj: 17.651; e Unibanco Saúde: 7.909. Pelos dados apresentados, os custos com internação têm se mostrado o item que mais contribui na sinistralidade do Plano de Saúde, totalizando 54%.


Na avaliação do representante da Fetec/NE na COE/Itaú e diretor do SEEB/CE, Ribamar Pacheco, estas informações ainda são insuficientes. Faltou, por exemplo, a apresentação do balanço do Plano de Saúde, através do qual pode ser feita uma análise completa sobre os reajustes praticados pelo banco. Ribamar defende que o banco tem que definir qual a sua política de pessoal e que nela garanta melhores condições de trabalho.


O Itaú Unibanco reajustou em até 24,61% os valores pagos pelos bancários no plano de saúde em março deste ano. O aumento foi realizado sem negociação ou aviso prévio aos trabalhadores. O acordo coletivo que regra o plano de saúde não foi renovado ainda, sendo necessário esclarecer as questões relativas ao reajuste aplicado pelo banco primeiramente.

DEMISSÕES – Os bancários também cobraram o banco sobre as demissões que vêm ocorrendo em todo o País. O banco apresentou um quadro no qual estão sendo feitas mais contratações do que demissões. No entanto, a realidade vivida pelos funcionários é bem diferente. As agências, de forma geral, estão com falta de pessoal. Na área operacional a situação é caótica, a ponto dos gerentes operacionais terem que cotidianamente trabalhar no caixa.


O fato é que os pedidos de demissão também têm sido grandes no Itaú Unibanco, reflexo da insatisfação destes trabalhadores com a política do banco, com as condições de trabalho, cobrança de metas abusivas etc. A Contraf-CUT cobrou o Itaú Unibanco sobre qual é a política de pessoal adotada pelo banco. Também deixou claro que irá combater todo e qualquer processo demissional dentro do banco.

COMPENSAÇÃO – Dentro do debate sobre demissões, um ponto destacado foi a implantação do novo sistema no setor de compensação. De acordo com os representantes da empresa, existem no Itaú Unibanco cerca de 400 trabalhadores envolvidos diretamente nessa função. Com esse novo sistema, algo em torno de 20% destes funcionários precisariam de realocação, depois de um processo de requalificação. A mudança vai gerar inclusive mais demanda nas agências, que passarão a fazer a leitura dos cheques e todos os demais procedimentos de arquivo dos mesmos.

FITA DE CAIXA – O banco informou que serão regularizados neste mês de maio os procedimentos para inclusão da operação de soma nas fitas de caixa, bem como da inclusão da mesma quando for necessário imprimir uma cópia da referida fita.

LICENÇA MATERNIDADE – Foi cobrado do banco que incentive suas funcionárias a usufruírem o direito de 180 dias da licença maternidade. Os sindicatos receberam denúncias de funcionárias que, ao retornarem da licença, perderam sua carteira de clientes ou foram transferidas para outro local de trabalho.