Covid-19: nossa luta é por segurança sanitária e saúde para os bancários

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Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará

O Brasil ultrapassou na última semana a triste marca de 400 mil vidas perdidas para a Covid-19. Foram mais de 100 mil mortes em apenas 36 dias, um detalhe que demonstra que a doença está fora de controle no país, principalmente por conta da inércia e do negacionismo do governo Bolsonaro.

O presidente sempre foi um forte crítico das medidas de isolamento social, recomendadas por especialistas, alegando temer efeitos negativos na economia. Ignora que países que fizeram lockdown de até 40 dias, como a Nova Zelândia, não só controlaram a pandemia como reaqueceram a economia. Recentemente, inclusive, foi instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) – CPI da Covid, para analisar os erros e omissões de Bolsonaro no combate à pandemia.

Há 98 dias seguidos a média móvel de mortes está acima de mil no Brasil. O país completa 43 dias com média acima de 2 mil mortos por dia. A vacinação patina em todo o país, principalmente, por conta da falta de planejamento do governo que tardou em comprar vacinas, sempre priorizando o negacionismo com relação à doença.

Enquanto isso, quem mais sofre é o trabalhador, principalmente aqueles que precisam estar na linha de frente para atender à população. Nós, bancários, procuramos os bancos para negociar medidas protetivas. Conseguimos diversos avanços, como itens de segurança individual, instalação de proteções de acrílico, grupos de risco em home office, entre outros. Mesmo assim, os que estão em trabalho presencial vivem sob o medo constante de contrair a doença e aqueles que contraíram e sobreviveram ainda enfrentam as sequelas que ficam da doença. Tudo isso merece e precisa da nossa atenção. Temos de conhecer e aprofundar o debate para conquistar mais proteções aos trabalhadores que vem sofrendo com isso: o medo de ser contaminado; as reestruturações, demissões e a pressão por resultados; metas abusivas no contexto da pandemia e o home-office.

Temos enfrentado ainda outra sequela, que é a gestão dos bancos na pandemia. Nossa categoria tradicionalmente tem um alto índice de adoecimento psíquico e a LER/DORT. Com a pandemia, isso aumentou muito, até por conta do home office e da pressão por metas.

Já foram realizadas mais de 40 rodadas de negociação desde o início da pandemia, em busca da proteção da saúde dos bancários. Conquistamos a criação de um protocolo de saúde e segurança nos bancos, colocamos mais de metade da categoria em home office. Cobramos dos bancos também informações corretas, que são fundamentais em momentos de crise, para os bancários. E agora nos deparamos com outro problema, que são as sequelas pós-Covid-19. Na conversa com os bancários de base percebemos uma série delas.

Queremos também abrir a negociação sobre estas sequelas e vamos procurar banco a banco para saber que providências eles estão tomando para esses trabalhadores, que tipo de acompanhamento e atendimento estão dando.

Outra luta que estamos nos dedicando é a inclusão da categoria bancária no plano nacional de vacinação. Temos realizado manifestações e acionado os poderes e os parlamentares, em nível estadual e federal. Já que somos incluídos como atividade essencial, nada mais justo do que também sermos priorizados na hora da vacinação. A atividade bancária nunca parou durante a pandemia e vamos seguir atendendo a população da melhor forma possível, mas queremos fazer isso com segurança. #EstamosNaLutaComVocê!

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