Sindicato/Contraf-CUT entregam pauta de reivindicações e cobram fim das demissões

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A Contraf-CUT, federações e sindicatos entregaram na quarta-feira, 15/5, a pauta de reivindicações específicas ao Itaú, em São Paulo. Seis itens compõem a minuta, construída no Encontro Nacional dos Funcionários do Itaú, realizado nos dias 2, 3 e 4/4 deste ano: emprego, remuneração, saúde e condições de trabalho, previdência complementar, plano de saúde e relação com o movimento sindical.


Os dirigentes sindicais também cobraram dos representantes do banco a indicação de data para a realização de uma negociação internacional, envolvendo os sindicatos dos países onde o Itaú atua. O banco ficou de encaminhar sugestões de datas para a realização dessa reunião.


Os sindicalistas detalharam a pauta de reivindicações, dando ênfase à defesa do emprego. Cobraram o fim da eliminação de postos de trabalho, da rotatividade, dos processos de terceirização e do horário estendido nas agências, dentre outros pontos.


Sobre o tema “remuneração”, destacou-se a necessidade de ampliar e redimensionar as bolsas do auxílio-educação, bem como de estender esse auxílio para a pós-graduação. Foi cobrado o parcelamento do adiantamento de férias, a negociação imediata sobre a PCR (Participação Complementar nos Resultados) e também sobre a remuneração variável praticada pelo banco por intermédio do programa Agir.


Metas abusivas – A cobrança abusiva de metas retornou ao debate no tema “saúde e condições de trabalho” visto o alto grau de adoecimento, físico e mental, que tem acometido os bancários do Itaú. Assim como a necessidade de negociar o processo de reabilitação profissional, o PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional), as questões que envolvem as pessoas com deficiência (PCDs), bem como segurança bancária, compõem esse bloco temático. “Denunciamos ao banco a perseguição sofrida pelos bancários que retornam de licença-médica e que não continuam lotados nas suas unidades de origem, sendo arbitrariamente transferidos para agências distantes, muitas vezes em outras cidades”, relata o representante do Nordeste na COE Itaú e diretor do SEEB/CE, Ribamar Pacheco.


“Não dá mais para tolerar a forma como a saúde dos funcionários do Itaú vem sendo afetada pelas condições de trabalho precárias e a cobrança constante de metas cada vez maiores e inatingíveis”, acrescentou Ribamar Pacheco.


A previdência complementar para todos os trabalhadores do Itaú é a principal bandeira de luta desse tema. Sobre plano de saúde, o Comitê de Acompanhamento do Plano de Saúde (Caps) tem realizado reuniões, com o objetivo de melhorar a assistência médica e odontológica oferecida pelo banco. As reuniões sobre esse tema deverão ser retomadas assim que o banco fornecer as informações solicitadas pela Contraf-CUT.


Reunião da COE – Pela manhã, a COE do Itaú Unibanco se reuniu na sede da Contraf-CUT e analisou a campanha de valorização dos funcionários e finalizou a pauta entregue ao banco.


A campanha, que tem como mote uma paródia da música “Esse cara sou eu”, também foi aprovada no Encontro Nacional e denuncia a pressão pelo cumprimento de metas, o adoecimento dos funcionários e cobra o fim das demissões. O Itaú fechou 7.935 postos de trabalho somente no ano passado. Desde 2011, os cortes já chegam a 13.699 postos. Enquanto isso, o lucro líquido do Itaú em 2012 passou dos R$ 14 bilhões. Em 2013, o banco lucrou R$ 3,5 bilhões no primeiro trimestre. Já o emprego foi reduzido ainda mais, com o corte de 708 postos de trabalho.


“Nada justifica as dispensas. Quem visita agências comprova que faltam funcionários para dar conta da demanda. Muitos bancários adoecem em função do ritmo intenso e pelo assédio moral para o cumprimento de metas abusivas. Da mesma forma, também não há justificativa para agências com horário estendido, nas quais ocorrem o desrespeito à jornada de seis horas da categoria. Então, o banco, além de cessar as demissões, tem de contratar mais”, conclui o dirigente.