Nossa História

Sindicato dos Bancários do Ceará foi fundado em 21 de fevereiro de 1933, tendo participado ativamente de momentos importantes da história do Brasil. Passou por três golpes de Estado (o Estado Novo de Getúlio Vargas, o golpe militar de 1964 e, mais recentemente, pelo golpe institucional de 2016 que resultou no impeachment de Dilma Rousseff), e a vários planos econômicos governamentais. Presenciou o suicídio de Getúlio Vargas, a renúncia de Jânio Quadros e o impeachment do presidente Fernando Collor, luta de que participou ativamente no Ceará.

Em sua existência, o Sindicato sofreu três intervenções. A primeira foi durante o Estado Novo (1937-1945) e duas vezes no período da ditadura militar (1964-1985).

Num período de efervescência nas lutas sindicais, em 1934, uma greve dos bancários conquista a jornada de seis horas de trabalho. Em 1937, com o início da ditadura de Getúlio Vargas, o Sindicato sofre sua primeira intervenção, que duraria até 1957, quando se elege uma chapa de oposição. A greve do BNB pela equiparação salarial com o BB, em 1962, foi a primeira grande greve após a intervenção.

Em 1964, com o golpe militar há nova intervenção, com a destituição da diretoria e a ocupação do Sindicato. O presidente do Sindicato era na época era um grande lutador da classe trabalhadora, José de Moura Beleza, que chegou a ser candidato a prefeito de Fortaleza.

Em 1968, no período mais duro da ditadura, a campanha salarial desencadeia uma greve. Em novas eleições, ganha a chapa de oposição à ditadura. Logo após a posse, há nova intervenção.

Foi somente em 1979 que uma frente política de oposição à ditadura ganha a eleição no Sindicato, assumindo a presidência Maria da Natividade, ligada ao PCB, e funcionária do Banco do Brasil. A predominância do PCB/PCdoB na diretoria do Sindicato permanece até 1988, quando uma chapa ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores) vence a disputa. As divergências na frente que assumiu o Sindicato em 1979 começou em 1983, quando foi fundada a CUT.

Em 1985, ocorre a primeira grande greve nacional da década, uma campanha salarial que consegue unificar a data-base dos bancários. Seguiria-se, até 1989 uma série de greves e conquistas que se incorporam à convenções coletivas da categoria: o Plano de Cargos e Salários (PCS) para os bancos oficiais, equiparação do BB ao BNB e a criação de pisos salariais para os bancos privados. É também, em 1989, que em uma assembleia histórica, o Sindicato dos Bancários do Ceará filia-se à CUT.

O ano de 1990, com o governo Collor, inicia-se a implantação do projeto neoliberal no Brasil, que vem sendo levado a cabo pelo atual presidente, Fernando Henrique Cardoso.

O grupo político ligado à CUT e ao PT, que assumiu a direção da entidade pela primeira vez em 1988 continua dirigindo a entidade. O primeiro presidente dessa nova fase foi Nelson Martins (Banco do Brasil), que foi reeleito para o período 1991/94 (ampliando-se a frente de esquerda que dirige o Sindicato, incorporando novamente militantes do PT/PC do B). A partir daí, assume Tomaz de Aquino (BNB), reeleito por duas vezes (1994/97 e 1997/2003). Em 2003, o empregado da Caixa Econômica Federal e diretor de Finanças da entidade, Vaumik Ribeiro é eleito presidente do SEEB/CE para o período 2003/2006. Posteriormente, assumiu a presidência do Sindicato, Marcos Saraiva, também empregado da Caixa. A partir de 2009, assumiu a presidência da entidade o bancário do Banco do Brasil, Carlos Eduardo.

Com relação a conquista de direitos, na chamada Era Lula/Dilma, de 2003 a 2016, o Sindicato acumulou uma série de conquistas importantes, entre elas, o aumento real de salários, a ampliação da PLR, cesta alimentação e 13ª cesta, ampliação da licença maternidade e paternidade, pagamento de passivos trabalhistas, luta pela igualdade de direitos para homoafetivos, luta pela isonomia, vale-cultura, entre outras.

A onda de conquistas foi barrada com o golpe institucional de 2016, que colocou o golpista Michel Temer no poder, quando foi aprovada a reforma trabalhista, que retirou vários direitos importantes do trabalhador. Nesse período intensificou-se a resistência em defesa dos direitos e conquistas. A categoria bancária tem fechado, nos últimos anos, acordos bianuais que têm garantido os direitos previstos na Convenção.

Com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, o quadro de perseguição aos direitos dos trabalhadores e às entidades sindicais tem se intensificado. Mas a categoria bancária tem resistido e garantido os direitos. Bolsonaro tem utilizando medidas provisórias para retirar direitos históricos, como a MP 905 que previa a abertura das agências bancárias aos sábados, entre outros prejuízos. O Sindicato, como membro do Comando Nacional dos Bancários, negociou com os banqueiros e garantiu aditivo que valida nossa Convenção e nossos direitos até 31/12/2020.

Veja também a reprodução do estudo “Sindicato dos Bancários: Fazendo História no Ceará”, de autoria de Cleide Bernal, bancária aposentada do BNB, economista e professora da UFC (Universidade Federal do Ceará). Cleide também foi diretora do Sindicato dos Bancários. O estudo aborda o período de 1979 a 1992.