60 anos do BNB: denúncias de corrupção ofuscam comemorações

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As recentes denúncias de corrupção ofuscam sim este aniversário de 60 anos do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), pois a sociedade deveria estar debatendo o fortalecimento da instituição, sua democratização e o alcance de sua atuação principalmente junto aos mais carentes. No entanto, o foco da discussão está na corrupção e na malversação dos recursos públicos que administra.


Embora a direção do BNB queira tapar o sol com a peneira, fingindo que nada de grave está acontecendo, o corpo funcional do BNB, que não vive encastelado em condomínios e mansões de alto padrão, passa pelo constrangimento de ter que ficar dando explicações até a estranhos sobre o que não conhece quando vai à padaria, ao supermercado, à farmácia ou mesmo nos seus momentos de lazer.


Trava-se no Congresso Nacional árdua batalha para aprovação de Medida Provisória que trata do aporte de R$ 4 bilhões ao Banco do Nordeste, a título de aumento de capital. Fica a dúvida: estarão os deputados e senadores de todo convencidos em aprovar tal medida, ante a tibieza do Governo Dilma em promover substituição de todos os diretores remanescentes da gestão Roberto Smith, onde todo esse descalabro começou?


A opinião pública manifestada através de instituições de classe e de entidades da sociedade civil nordestina não pode regozijar-se vendo o seu principal instrumento de desenvolvimento ser enxovalhado por meia dúzia de maus administradores.


Por isso nesse dia 19 de julho, que assinala o sexagésimo aniversário de criação do BNB, a maior comemoração que poderia estar sendo feita seria a nomea-ção e a posse pelo Governo Federal dos novos diretores da Instituição. Esse ato seria emblemático para um recomeço visando a reafirmação do papel e da missão desse importante organismo financeiro nacional, o Banco do Nordeste do Brasil.

Tomaz de Aquino e Silva Filho – Coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB
(Artigo publicado no caderno Opinião do jornal O Povo, de 19/7/2012)