Poucos avanços nas negociações específicas da Campanha Nacional

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Duas mesas de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários, representado pela Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil da Contraf-CUT, e o BB aconteceram semana passada, nos dias 23 e 26/7, em Brasília. Foram debatidas saúde e condições de trabalho, as cláusulas sociais e sindicais. As duas reuniões trouxeram poucos avanços significativos, o que frustra os funcionários, principalmente no que se refere às questões de saúde, descomissionamentos, afastamentos e em relação às metas abusivas e assédio moral.


A Comissão de Empresa relatou problemas de afastamentos e adoecimento dos funcionários que, em muitas das situações são causados pela forma de cobrança das metas. Muitas metas abusivas são estabelecidas no BB fora do acordo de trabalho das equipes e com o controle e solicitação exclusiva do gestor, sem ligação com as metas das agências, no caso do BB, o sistema Conexão. O BB ficou de avaliar essas situações com as áreas gestoras para entender melhor os problemas.


CAIXAS FORA DO HORÁRIO – A Comissão de Empresa relatou reclamações dos caixas sobre cobrança de metas fora do horário de trabalho, sendo incentivadas pela PSO, sem que os exageros sejam coibidos. O banco solicitou que a Contraf-CUT informasse as situações pontuais para que a prática seja coibida.


CORRESPONDENTES DENTRO DAS AGÊNCIAS – Foram denunciados correspondentes bancários dentro das agências atuando nas salas de autoatendimento e até nas mesas de trabalho. A reivindicação é que essa prática seja proibida. O BB foi categórico ao afirmar que o correspondente bancário não é para atuar dentro da agência e vai orientar as unidades a cumprir o que determina a norma do Banco Central.


SEM AVANÇOS NA SAÚDE – Nas questões específicas de saúde, não houve avanços e o Banco se comprometeu a renovar as cláusulas do ACT que tratam desse tema. Algumas cláusulas tratadas também sem avanços, ainda serão objeto de discussão sobre redação.


INTERVALO INTRAJORNADA – O Banco propôs a flexibilização do intervalo de almoço. Ao funcionário de 6 horas passaria a possibilidade de intervalo de 15 até 30 minutos e para os funcionários de 8 horas, seria permitida a redução do intervalo para até 30 minutos. Em ambos os casos, normatizado no ponto eletrônico, não sendo obrigatória a flexibilização.


CLÁUSULAS SOCIAIS E SINDICAIS – Na quarta reunião de negociação da mesa específica do BB, os temas tratados foram as cláusulas sociais e sindicais. O banco sinalizou a renovação dos itens já constantes no atual acordo, com promessa de apresentar redação de alguns itens que foram debatidos. Sobre planos de previdência complementar, o banco informou que está tratando internamente sobre a proposta da minuta de melhoria dos planos de previdência patrocinados pelo banco e também envolvendo os funcionários de bancos incorporados. Os representantes dos funcionários relataram ainda os problemas que vêm acontecendo nas solicitações de férias, quando as cobranças de adiantamentos vêm antes do crédito. Os funcionários relataram que na prática é como se as pessoas pagassem para tirar férias. O banco informou que os problemas decorrem da operacionalização do E-Social e que está discutindo internamente uma forma de amenizar os problemas apresentados pelos Sindicatos.


PARCELAMENTO DE FÉRIAS – O banco apresentou a proposta de abrir a possibilidade de parcelamento de férias em três períodos, dentro das regras vigentes na legislação. Para este tema, o BB apresentará uma proposta de redação na mesa de negociação.


DIVERSIDADE – Os representantes dos funcionários debateram ainda pontos da pauta de reivindicações voltada para o público LGBTI construída no Congresso dos Funcionários. Ainda, que algumas questões envolvendo o nome social em todos os sistemas de identificação tem apresentado pequenos problemas. O banco informou a existência de normativo específico e vai verificar os problemas. Os representantes do banco falaram que têm apoiado as ações e que o BB foi o primeiro grande banco brasileiro a aderir aos padrões de conduta para empresas, criados pela ONU, em relação ao público LGBTI.


DESCOMISSIONAMENTO POR GDP – O Banco apresentou na mesa a proposta de redução para apenas 1 ciclo avaliatório de GDP o período para descomissionamento decorrente de avaliação funcional. A argumentação do BB é que com 1 ciclo igualaria todos os funcionários com cargos comissionados. A Comissão de Empresa argumentou que a proposta traz mais insegurança para os funcionários e pode facilitar as situações de assédio e perseguição. Ao considerar apenas 1 ciclo o banco aumenta o risco de adoecimento, uma vez que os funcionários correm o risco de adiar inclusive ausências para tratamento de saúde, já que a pressão está mais alta o tempo todo. A proposta foi considerada pela Comissão de Empresa um retrocesso.