Bancários querem 12,5%, saúde, emprego e o fim das terceirizações

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A 16ª Conferência Nacional dos Bancários aprovou na plenária final, realizada no domingo, dia 27/7, em Atibaia (SP), a estratégia, o calendário e a pauta de reivindicações da Campanha 2014, que terá como eixos centrais reajuste de 12,5%, valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 2.979,25 em junho), defesa do emprego, fim da terceirização e combate às metas abusivas e ao assédio moral.


Participaram da Conferência, aberta na sexta-feira, 25/7 no hotel Bourbon Atibaia, 697 bancários de todo o País, dos quais 634 delegados eleitos nas conferências regionais e estaduais (entre eles 442 homens e 192 mulheres), além de 63 observadores.


“Foi uma conferência extraordinária que nós fizemos aqui em Atibaia, com a participação de quase 700 bancários de todo o Brasil, mostrando que todos os estados estão participando e querendo mais do que nunca mobilizar os bancários para que possamos fazer com que as condições de trabalho nos bancos possam ser melhoradas, principalmente acabar com o assédio moral”, avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.


Agenda política – Os 634 delegados que participaram da 16ª Conferência também aprovaram uma agenda política, com temas importantes da conjuntura nacional que precisam ser discutidos com os bancários e com a população, como marco regulatório da mídia visando democratizar as comunicações, Conferência Nacional do Sistema Financeiro, Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político e defesa da plataforma da classe trabalhadora.


Delegados aprovam apoio à reeleição de Dilma – A 16ª Conferência Nacional também aprovou resolução de apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff, por avaliar que ela representa a melhor opção para os trabalhadores dentre os dois projetos que estarão em disputa na eleição de outubro. O outro projeto representa o retorno ao governo das forças conservadoras e neoliberais, as mesmas que na década de 1990 privatizaram empresas públicas, retiraram direitos, congelaram salários e fizeram demissões em massa no BB e na Caixa, enfraquecendo seu papel de bancos públicos voltados para o fomento do desenvolvimento econômico e social.


Além de dar o apoio, os bancários vão cobrar da presidenta Dilma Rousseff que mude a gestão do Banco do Brasil, hoje mais voltado para o mercado tal qual o Itaú e o Bradesco, distante do seu papel de banco público, e fortaleça esse papel. Também vão exigir da presidenta que o BB melhore as condições de trabalho e respeite mais seus trabalhadores.


“As instituições financeiras ganham muito no Brasil. Com o crescimento da economia, nos últimos anos, mais trabalhadores e clientes passaram a utilizar os serviços financeiros. Apesar desse quadro, os bancos devolvem muito pouco à sociedade. Nossa campanha avança para negociação coletiva e aponta prioridades na conquista de melhores salários com aumento real, mais empregos bancários, segurança e saúde para melhor atendimento à população.”
Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará


 


Principais reivindicações da Conferência


• Reajuste salarial de 12,5%.


• PLR: três salários mais R$ 6.247,00.


• Piso: R$ 2.979,25 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).


• Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).


• Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.


• Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, fim da rotatividade, combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PL 4330 na Câmara Federal, do PLS 087 no Senado e do julgamento de Recurso Extraordinário com Repercussão Geral no STF. Além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.


• Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários;


• Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.


• Prevenção contra assaltos e sequestros: Cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências. Fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.


• Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).



Calendário de luta


• Dia Nacional de Luta pela Segurança.


• Dia Nacional de Luta contra a Terceirização.


• Dia Nacional de Luta pelo Emprego.


• Paralisação nacional de duas horas contra as metas abusivas.


• Dia Nacional de Luta no Santander.


• Mobilização Nacional pelo Plebiscito da Reforma Política.


• Mobilização Nacional pela Democratização da Mídia.


14 e 15/8 – Participação massiva dos sindicatos no Seminário Nacional sobre “A Terceirização no Brasil: Impactos, resistências e lutas”, em Brasília.