Acorda BB! Volte a atender o relevante interesse coletivo!

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A atual diretoria do Banco do Brasil (BB) vem aplicando políticas baseadas na pressão, na cobrança excessiva e na priorização pura e simples do lucro, utilizando como desculpa o alinhamento ao mercado. Só que com isso, o banco não está prejudicando apenas os funcionários, levando-os às mais diversas doenças ocupacionais, mas também, toda a sociedade brasileira, já que está se esquecendo dos valores pessoais e humanos que pautam qualquer empresa que se diz responsável socialmente.


Muitos desavisados, e nesse meio uma grande maioria da diretoria do BB, diriam serem legítimas tais políticas, defendendo que o BB é um banco de economia mista e, que dessa forma, teria que pensar apenas no lucro, se alinhando ao mercado privado do sistema financeiro, aplicando políticas nada sociais para se manter nesse mercado, tendo que dar um retorno ao acionista. Nesse ponto, os colegas do BB sabem que tais afirmações correm a torto e a direito dentro das superintendências e agências e acabam parecendo que é uma verdade.


Quando essa diretoria aplica tais políticas além de não estar agindo com responsabilidade social, está também passando por cima de nossa Constituição Federal, que, em seu artigo 173, é clara “…a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo…” E esse artigo se aplica sim às sociedades de economia mista, como é o caso do Banco do Brasil, conforme inciso 1º.


Ora, então, onde está o relevante interesse coletivo quando se faz uma reestruturação para alinhamento ao mercado, diminuindo o número de caixas, retirando direitos, criando passivo trabalhista para o futuro, com o fim da remuneração das substituições, elevando de forma abusiva o cumprimento de metas, buscando apenas o lucro, excluindo de diversas formas a camada mais pobre da população?


Essa diretoria precisa parar com essas políticas e entender que o BB é sim um instrumento do Estado para modificar a realidade torpe do mercado financeiro que só pensa em lucro, aplicando políticas que levem o País ao desenvolvimento, que modifique o quadro de desrespeito aos funcionários, clientes e toda a população brasileira.


Ademais, companheiros, não podemos aceitar todas essas atitudes da diretoria do Banco do Brasil, ainda mais num governo democrático, como o que vivemos. Precisamos ter em mente que se essa diretoria continuar nessa linha, correremos o risco dos neoliberalistas virem novamente com seu discurso de privatização, justificando que o banco não mais preenche o pressuposto constitucional.


Por isso, é necessário continuarmos nessa campanha Acorda BB e intensificar cada vez mais a pressão sobre essa diretoria e, em conjunto com a população e nossos representantes no governo, exigir que seja revista imediatamente essa política cruel e desumana e que o BB volte a atender o relevante interesse coletivo do povo brasileiro.

Alex Rodrigues – Funcionário do Banco do Brasil em Cuiabá e secretário de Imprensa e Divulgação do Seeb/MT