Ações violentas contra bancos no Interior preocupa bancários

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No último dia 7 de abril, mais uma ação violenta contra bancos foi registrada no Interior do Ceará. Uma quadrilha formada por cerca de dez homens armados com fuzis, escopetas e pistolas explodiram o caixa eletrônico do Banco do Brasil de Morrinhos (184km de Fortaleza).


A ação foi bastante violenta. Enquanto uma parte dos assaltantes se dirigiu ao banco, outra parte atirava para o alto próximo ao destacamento policial, numa forma de intimidar os policiais. Durante o assalto, os bandidos invadiram casas localizadas ao lado da agência e fizeram duas pessoas reféns: uma aposentada de 76 anos e o neto dela de 21.


A violência dos assaltantes de banco voltou ao interior do Estado com força total. Três dias antes, dia 4 de abril, bandidos haviam realizado ação semelhante em Orós, também numa agência do Banco do Brasil. O grupo ainda queimou um carro na entrada da cidade e espalhou pregos pela estrada para facilitar a fuga. O BB realmente é o maior alvo de assaltantes: nove ações só este ano, seguido do Bradesco, com cinco.


Em pouco mais de um mês foram registrados quatro ataques com explosões no Interior e uma tentativa de assalto com sequestro do gerente e sua família. Em 2016 foram 15 ataques a bancos contabilizados pelo Sindicato: sete arrombamentos, dois assaltos diretos, três tentativas de assalto e três tentativas de arrombamentos. Dessas ações, ao todo, seis foram com uso de explosivos.


“O uso de explosivos é muito traumático para as cidades, pois as ações são violentas, durante a madrugada, às vezes fazendo a própria população de escudo durante a fuga. Mas, além disso, fica um problema na cidade e nas outras regiões vizinhas, pois com a explosão as agências, que muitas vezes são a única a atender toda uma região, ficam completamente destruídas, forçando as pessoas a fazerem longos deslocamentos para resolver suas questões”, destacou o diretor do Sindicato, Bosco Mota, que acompanha as ocorrências de assaltos no interior do Estado.

Como o bancário deve agir após o assalto


1. Os bancários que sentirem danos psicológicos a ponto de não reunir condições para trabalhar em um prazo menor que quinze dias, devem entrar de licença saúde e de posse do atestado médico solicitar ao banco a emissão da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) e logo que tenha o documento em mãos deve dar entrada no INSS. Esse procedimento serve para registrar o acidente de trabalho (assalto) e resguardar o bancário, do ponto de vista de seus direitos, caso este venha a desenvolver qualquer problema psicológico no futuro, por conta do evento de assalto.


2. Os bancários que sentirem danos psicológicos a ponto de não reunir condições para trabalhar em um prazo superior a quinze dias, devem entrar de licença saúde e quando do recebimento do atestado médico solicitar ao banco a emissão da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) e de posse da mesma dar entrada no INSS.


O bancário vítima de assalto, de acordo a Convenção Coletiva de Trabalho, tem direito a atendimento médico ou psicólogo logo após o assalto.

“Uma de nossas principais bandeiras de luta no Sindicato dos Bancários do Ceará é por mais segurança nas agências, principalmente no Interior. Aqui em Fortaleza, numa ação pioneira, aprovamos o Estatuto Municipal de Segurança Bancária, que reduziu bastante esse tipo de ação na Capital. No Interior, levamos em diversas Câmaras Municipais o modelo do Estatuto, mas o aproveitamento foi mínimo. Por isso, cobramos das autoridades mais reforço na segurança, pois com essas ações violentas todos saem prejudicados: clientes, bancários, comércio local e, principalmente, a população”
Túlio Menezes, diretor do Sindicato dos Bancários e funcionário da Caixa.