Cerca de 500 bancários cearenses presentes à assembleia realizada na segunda-feira, dia 17/10, aprovaram as propostas apresentadas pela Fenaban e pelas direções do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. A greve continua no BNB, pois a proposta apresentada pelo Banco não contempla as reivindicações dos funcionários que seguem firmes na paralisação em todo o Nordeste.
A greve, que completou 21 dias na segunda-feira, 17/10, conquistou aumento real de salário pelo oitavo ano consecutivo, valorização do piso e PLR maior entre outros pontos conquistados após muita luta.
O presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra reforçou a importância da unidade da categoria e lembrou que foi a força da greve que arrancou dos banqueiros as propostas aprovadas durante a assembleia. “Mais uma vez, a Campanha Nacional dos Bancários garantiu avanços importantes, tanto nos bancos públicos, quanto nos privados”, disse.
Veja os principais pontos das propostas:
FENABAN
Reajuste de 9% sobre todas as verbas, o que representa aumento real de 1,5%.
PISOS:
Escriturário: R$ 1.400,00 após 90 dias
(reajuste de 12%, com aumento real de 4,3%).
Caixa: R$ 1.900,36, incluindo gratificação de caixa e outras verbas (reajuste de 11,2%, com aumento real de 3,5%).
PLR:
Regra básica: 90% do salário mais R$ 1.400, com teto de R$ 7.827,29. Caso a distribuição do lucro líquido não atinja 5% com o pagamento da regra básica, os valores serão aumentados até chegar a 2,2 salários, com teto de R$ 17.220,04.
Parcela adicional: 2% do lucro líquido distribuídos linearmente, com teto de R$ 2.800,00,
representando um reajuste de 16,7% no teto. Os valores da parcela adicional não serão
compensados com planos próprios de remuneração.
Antecipação da PLR: 54% do salário mais o valor fixo de R$ 840, com teto de R$ 4.696,37, e parcela adicional de 2% do lucro do 1º semestre distribuídos linearmente
entre todos os funcionários, com teto de R$ 1.400.
PRAZOS DE PAGAMENTO:
Antecipação da PLR: até 10 dias corridos após a assinatura da Convenção Coletiva.
Segunda parcela da PLR: até 1º de março de 2012.
Diferenças de setembro e outubro/2011: relativas a salário, tíquete-refeição e cesta alimentação até a folha de pagamento de novembro.
DIAS PARADOS:
não serão descontados. Compensação no prazo entre a data da assinatura da Convenção Coletiva e 15 de dezembro de 2011. Eventual saldo após essa data será anistiado, nos moldes do ano passado.
BANCO DO BRASIL
• Reajuste de 9% sobre todas as verbas salariais e benefícios. O mesmo reajuste será aplicado no VCPI, garantido o interstício sobre esta verba;
PISO:
Piso passa para R$ 1.760,00; com reflexo na curva do PCR (interstícios). Cada M passa a valer R$ 97,35;
CONCORRÊNCIAS:
Trava reduzida para um ano em caso de concorrência de posto efetivo para comissionamento;
• Reestruturação do Programa Recuperação de Dívidas, com redução da taxa de juros e aumento no prazo de pagamento;
• Instalação em até 30 dias de mesas temáticas para debater questões do PCR, PC (substituição, Carreira de Central de Atendimento, 55%) e Jornada de Trabalho; na primeira reunião será estabelecido o cronograma de encerramento dos trabalhos;
• 1.000 bolsas de graduação e 500 bolsas de pós graduação.
PLR
• Cálculo da PLR 2011-01 considerou a proporcionalidade do mesmo período do ano passado:
– Escriturário – R$ 3.571,46 (13,1% maior do que o 1º semestre de 2010),
– Caixas, Atendentes e Auxiliares – R$ 3.912,16 (12,5% maior do que o 1º semestre de 2010),
– Demais Comissionados – de 1,62 a 3,0 salários (em média 9,9% maior do que o 1º semestre de 2010).
DIAS PARADOS
• Ratificação da cláusula de desconto dos dias parados igual a do ano passado;
CEF
• Reajuste: 9% em todas as verbas
• Manutenção da PLR social: distribuição de 4% do lucro líquido de forma linear para todos os empregados, além da regra básica e parcela adicional da PLR da Fenaban
• Ampliação do quadro em 5 mil funcionários até final de 2012
• Não desconto dos dias parados com compensação até o dia 15/12
• Valorização do piso, com mudanças na tabela do Plano de Cargos e Salários (PCS)
• Ampliação de 16 para 180 dias da garantia de manutenção de função para trabalhadores afastados por motivo de saúde.
• Saúde Caixa – a proposta prevê que o filho maior de 21 anos comprovadamente sem renda continue até os 24 anos no plano como dependente indireto mesmo que não esteja estudando.
• Superávit – O banco se compromete a discutir a destinação do superávit do Saúde Caixa para melhorias no plano, mas considera necessários mais estudos.
• Representante no Conselho de Administração – o banco aceita alterar seu estatuto para permitir que empregados que não tenham ocupado função de gestor possam concorrer ao cargo.
• CCV para Inativos – a proposta prevê ainda a abertura de Comissão de Conciliação Voluntária (CCV) para inativos em todos os sindicatos e para qualquer assunto.
• CCV específica sobre 7ª e 8ª hora – pela proposta, a Caixa e a Contraf-CUT se comprometem a assinar, até 60 dias após a assinatura do acordo aditivo, um termo aditivo estendendo a CCV para os empresados da ativa que queiram reivindicar diretos referentes à 7ª e 8ª hora dos cargos de natureza técnica.