Adesão dos bancos privados à greve é forte, apesar dos interditos

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No segundo dia de greve dos bancários em Fortaleza, a Tribuna Bancária percorreu os corredores financeiros do Centro, da Avenida Santos Dumont, na Aldeota, e da Avenida Gomes de Matos, no Montese, além do Centro Administrativo do BNB, no Passaré. De modo geral, foi constatada uma grande adesão ao movimento, com atendimento zero na maioria das agências, exceto nos bancos Bradesco e Itaú, que promoveram ação de interdito proibitório contra o Sindicato dos Bancários do Ceará.


No Itaú da Rua Major Facundo, o diretor do Sindicato, Ribamar Pacheco, explicou à população os motivos da greve. “O setor bancário, mais uma vez, foi o que mais lucrou no primeiro semestre deste ano, portanto os banqueiros têm plenas condições de atender às nossas reivindicações. Nós estamos aqui lutando por melhores salários e condições de trabalho, mas estamos reivindicando também melhores condições de atendimento à população. Os banqueiros exploram os seus trabalhadores com metas abusivas e seus clientes com juros e tarifas absurdas, aumentando cada vez mais seus lucros. É por isso que nós pedimos o apoio e a compreensão da população porque estamos lutando por nós e por toda a sociedade”, disse.
       

Nas unidades do banco Real do Centro e da Avenida Santos Dumont, não estava havendo nenhum atendimento, e cartazes e faixas foram afixados. Segundo o diretor Telmo Nunes, a direção da empresa não se manifestou contra o movimento grevista. Em Fortaleza, das 10 unidades do banco, 5 estavam paradas.


As duas agências do Unibanco localizadas à mesma avenida também não estavam realizando atendimento. Uma delas estava, inclusive, com as luzes apagadas. De acordo com Erotildes Teixeira, diretor do SEEB/CE, a atitude da gerência foi de respeito à decisão dos trabalhadores, uma vez que esta foi tomada em assembleia.


No banco Santander a situação não foi diferente. As duas unidades que a empresa mantém em Fortaleza (Centro e Aldeota) aderiram à greve.


No corredor do Montese, a Avenida Gomes de Matos, o Unibanco não estava realizando nenhum atendimento. Já a agência do Itaú, que começou o dia com paralisação e cartazes afixados, teve de voltar a funcionar depois de liminar deferindo ação de interdito proibitório concedida pelo juiz Konrad Mota, da 12ª Vara do Trabalho.


NOS BANCOS PÚBLICOS – Ainda no Montese, a agência do Banco do Nordeste estava fechada, bem como a do Banco do Brasil, que contou com boa mobilização de bancários, diretores e delegados sindicais. A adesão na unidade e na Superintendência, que fica ao lado, foi total e considerada pacífica, para o delegado sindical Francisco Salas. Já no Centro Administrativo do BNB, no Passaré, a adesão foi parcial. Havia piquetes e cartazes conscientizando os bancários acerca do direito de greve. Aconteceu ainda uma conversa com os trabalhadores que não aderiram ao movimento, e eles concordaram em fazer greve a partir de segunda-feira, 28/9.