Adoção melhora o convívio familiar

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Adoção de uma criança, um ato de amor. Planejada desde cedo, a ação mobiliza os membros da família em prol da recepção de mais um ente ao grupo. O sangue difere, mas o afeto compensa qualquer diferença genética. Só neste ano, o Juizado da Infância e da Juventude, em Fortaleza, realizou 48 adoções a partir da fila de espera – mais que o dobro do ano passado, quando 19 crianças abrigadas foram adotadas, o que confere um crescimento de 152%.


No lar, essas crianças recebem carinho e atenção, cuidados essenciais para um crescimento sadio. Mariani Rodrigues é um exemplo. Há 14 anos, a menina foi adotada pela família Rodrigues dos Santos. A jovem, no entanto, não veio de um abrigo. Aos seis meses de vida, foi encontrada na entrada da casa pela manhã. Na ocasião, Fátima, então mãe de três filhos, todos biológicos, abriu a porta e se deparou com o bebê dentro de uma caixa de café. Além da criança, havia leite em pó, mamadeira e panos. A menina veio coberta por uma doença de pele.

Após o nascimento do terceiro filho, Fátima realizou uma laqueadura. Os custos para dar boas condições de vida aos três filhos tornaram-se alto demais. Fátima revela que, no entanto, queria ter outro filho. Para ela “a vinda de Mariani foi uma bênção em minha vida”, emociona-se.

A menina cresceu no berço na família Rodrigues dos Santos e afirma que o relacionamento com os irmãos se deu de forma tranqüila. “A convivência é bem natural, é como seu eu tivesse nascido com eles”, revelou. O carinho recebido eliminou qualquer anseio de sair do meio familiar. Questionada sobre essa possibilidade, ela confessa: “eu poderia até estar em outro estado ou país, falando uma língua diferente e tudo o que tenho hoje eu não teria”, revelou. Os irmãos não escondem o carinho. “Sempre fomos cinco, agora, não consigo lembrar da família sem os seis integrantes”, conta o irmão mais velho, Otávio Filho.


Mariani cresceu num ambiente saudável. Hoje, ela tem uma escola, acesso à saúde, lazer, mas, principalmente, possui uma família, fator principal de sua felicidade. “Essa família que eu tenho já está ótima, perfeita e muito maravilhosa. Não quero outra”, conclui ela.

SERVIÇO – O Cadastro Nacional de Adoção é um banco de dados único, com informações de todo o País sobre crianças e adolescentes aptos a serem adotados e sobre pretendentes à adoção. O próprio Juizado será responsável pela alimentação do sistema e as informações serão acessadas pelos juízes.

Informações:

for.adocao@tjce.jus.br ou no Juizado da Infância e Juventude, Av. Desembargador Floriano Benevides, 220, 3º andar, Bairro Edson Queiroz. Telefone: 3278 1128.