Altos lucros subsidiam aumento real da categoria

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O recente estudo divulgado pelo Dieese São Paulo demonstra que, com lucros consecutivos a cada ano, os banqueiros têm totais condições de atender as reivindicações dos trabalhadores do ramo financeiro. Alie-se a isso, o crescimento do mercado interno brasileiro que dá condições para o fechamento de acordos coletivos satisfatórios.
De acordo com o documento, o Brasil vive uma situação econômica histórica: equilibrou a balança de pagamentos, pagou o FMI, além do reforço do mercado interno com geração de emprego e distribuição de renda. Os números do atual governo demonstram situação estável, com certa sustentabilidade, portanto, favorável a concessão de aumento real para os trabalhadores.

Apesar da queda da taxa de juros, dos níveis de risco e das melhores condições macroeconômicas e setoriais, os spreads bancários aumentam. As instituições financeiras remuneram seus depositantes pelos juros dos títulos públicos.

Na outra ponta cobra dos tomadores de crédito praticamente o triplo dessa taxa, resultando em altos spreads, ampliando-os até mesmo com a Selic em redução, uma vez que o retorno do crédito não se altera na mesma proporção. É importante ressaltar que o spread do Brasil é o maior do mundo.

Por sua vez, os bancos têm arrecadado cada vez mais com receitas de prestação de serviços. Nas onze maiores instituições financeiras do País costuma-se cobrir o gasto com folha de pagamento apenas com a prestação de serviços e ainda sobra dinheiro em caixa. Ou seja, os bancos lucram muito, mas não cumprem seu papel social no desenvolvimento da nação e muito menos, no reconhecimento ao funcionalismo. Os lucros crescentes ano a ano dão subsídio à luta do movimento sindical por aumento real.