Apesar do lucro, bancos eliminam 10 mil postos de trabalho

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Os bancos que atuam no Brasil seguem lucrando com as demissões e com a redução salarial. O setor eliminou 10.680 postos de trabalho nos primeiros sete meses de 2017. O salário médio dos trabalhadores admitidos (R$ 4.334,00) equivale a 59% do que ganhavam os demitidos (R$ 7.332,00). Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) compilados pelo Ministério do Trabalho.


As maiores instituições financeiras (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander), com exceção da Caixa Econômica Federal, nos primeiros sete meses do ano fecharam 5.857 vagas. A Caixa cortou 114 postos em julho e 4.543 no semestre.


O Banco do Brasil lucrou R$ 5,2 bilhões no semestre – crescimento de 67,3% em relação ao mesmo período do ano passado – e, nos últimos 12 meses, eliminou 10.012 postos de trabalho, sendo 361 apenas nos últimos três meses.  O Bradesco, com lucro R$ 9,352 bilhões no primeiro semestre de 2017 – aumento de 13% em relação ao mesmo período do ano passado –, eliminou 4 mil vagas desde setembro de 2016.


O Itaú atingiu lucro líquido recorrente de R$ 12,345 bilhões no primeiro semestre de 2017, crescimento de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior, e cortou 961 postos de trabalho no mesmo período. O Santander atingiu o maior resultado de sua história para um semestre nesses primeiros meses de 2017, obtendo R$ 4,612 bilhões. O montante representa crescimento de 33,2% em relação ao mesmo período de 2016. Mas eliminou 2.281 vagas.


A Caixa ainda não divulgou seu balanço do semestre. O relatório da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional revela que as instituições financeiras devem pelo menos R$ 124 bilhões e em débitos relacionados à Previdência, são cerca de R$ 7 bilhões.


“Essa realidade vai continuar sendo denunciada pelo movimento sindical que convoca a sociedade a questionar papel do setor financeiro. Enquanto lucra bilhões, mesmo com o país em recessão, os bancos são os maiores devedores da União”
José Eduardo Marinho, diretor do SEEB/CE e bancário do BB