Após bancários definirem greve a partir do dia 30/9, Fenaban chama para negociação

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A partir da próxima terça-feira, 30 de setembro, os bancários devem entrar em greve por tempo indeterminado, ou até que os bancos e o governo apresentem proposta que contemple suas reivindicações. A categoria decidiu pela deflagração da paralisação em assembleia realizada na quarta-feira, dia 24/9, no Sindicato dos Bancários do Ceará.  A categoria apreciou as propostas da Fenaban, Caixa, Banco do Brasil e BNB e deliberou pela greve.


Poucas horas após as assembleias massivas de quinta-feira, 25/9, à noite, aprovando a deflagração da greve por tempo indeterminado a partir da terça-feira em todo o País, a Fenaban enviou ofício à Contraf-CUT chamando para sábado, 27/9, uma nova rodada de negociação da Campanha 2014 com o Comando Nacional dos Bancários. Até o fechamento desta edição não tínhamos ainda o resultado da negociação.


“Esse é o primeiro resultado da mobilização e da força da unidade dos bancários, que lotaram as assembleias para mostrar aos banqueiros que a proposta apresentada no dia 19 é insuficiente e que nós queremos e merecemos mais. Os bancários do Ceará devem continuar mobilizados e participar da assembleia desta segunda-feira, dia 29/9, às 19h, no Sindicato para debatermos a negociação com a Fenaban e organizarmos um movimento forte na terça-feira, 30”, afirma Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará.


A proposta dos bancos no dia 19, rejeitada nas assembleias de todo o Brasil, trazia reajuste de 7% sobre todas as verbas e 7,5% sobre o piso. As reivindicações sobre emprego, saúde, condições de trabalho, fim das metas abusivas, assédio moral, segurança bancária e igualdade de oportunidades foram ignoradas pelos bancos.


Os bancos possuem todas as condições de atender as reivindicações da categoria, haja vista que, as instituições financeiras que atuam no Brasil têm a mais alta rentabilidade de todo o sistema financeiro internacional. Somente os seis maiores bancos tiveram lucro líquido de R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre deste ano.


AS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DOS BANCÁRIOS

• Reajuste salarial de 12,5%.


• PLR: três salários mais parcela adicional de R$ 6.247,00.


• 14º salário.


• Vales alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).


• Gratificação de caixa: R$ 1.042,74.


• Gratificação de função: 70% do salário do cargo efetivo.


• Vale-cultura: R$ 112,50 para todos.


• Fim das metas abusivas.


• Combate ao assédio moral.


• Isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde.


• Manutenção dos planos de saúde na aposentadoria.


• Emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas como determina a Convenção 158 da OIT, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações.


• Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.


• Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.


• Prevenção contra assaltos e sequestros: cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos; instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências; e fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.


• Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).