Após pressão do Sindicato, BB recua sobre ameaças de descomissionamentos

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Diante de denúncias de assédio moral coletivo praticado pelo Banco do Brasil, o Sindicato dos Bancários do Ceará agiu rápido: fez reunião com a Super/CE para cobrar explicações e providências, fez paralisação na porta da Superintendência e, pelo visto, a pressão funcionou: as ameaças de descomissionamentos feitas pela direção do banco e que tinham data marcada para acontecerem no último dia 8/6 não se confirmaram.


No último dia 31/5, um grupo de aproximadamente 20 gerentes foi convocado para uma reunião na Super/CE para ser informado que a direção nacional do banco estava exigindo que os gerentes que não cumprissem o sub item da meta – financiamento de veículos fossem todos descomissionados. Na ocasião, foi então definido um prazo até o dia 8/6 para que este grupo cumprisse a meta definida. Para tanto, foi exigido até a assinatura em “Termo de Compromisso”. “A pressão por metas e o assédio moral vem acompanhando essas cobranças e tem se tornado uma prática comum para alguns gestores dentro do BB e, infelizmente hoje podemos afirmar que isso está se tornando quase uma filosofia para o banco na cobrança de metas abusivas”, avalia o presidente do Sindicato dos Bancários, Carlos Eduardo Bezerra.

Reunião e manifestação – O Sindicato esteve reunido com a Super/CE, dia 5/6, cobrando explicações sobre o fato. O superintendente do BB, Luís Moscardi, afirmou que não existe assédio moral no caso, apenas uma cobrança normal pelo cumprimento de metas. Por sua vez, ele não confirmou os descomissionamentos.


“O Sindicato exigiu a mudança de conduta por parte do BB e mostrou que ficará alerta na defesa dos direitos dos trabalhadores”, afirmou o diretor do SEEB/CE, Gustavo Tabatinga. Ele informou ainda que a entidade condena qualquer tipo de pressão e orienta que os funcionários não devem assinar qualquer termo por cobrança de metas. “Nesses casos, o bancário deve, imediatamente, procurar-nos no Sindicato”, disse.


No dia 10/6, o Sindicato fez uma grande manifestação na Super/CE e denunciou à sociedade a prática abusiva do banco. “Nós alertamos para o descumprimento do acordo coletivo, pois lá há uma cláusula que regula os descomissionamentos e afirma que o BB não pode sair assim ameaçando ao seu bel-prazer”, disse o diretor do Sindicato, José Eduardo Marinho.


Conforme previsto no Acordo Coletivo 2011/2012, há uma proibição para a perda de função antes da terceira avaliação de desempenho negativa.


O Sindicato vai permanecer alerta e acompanhando os desdobramentos do caso dando sequência a uma série de encaminhamentos para combater e impedir este tipo de abuso. Em outros casos similares a Justiça do Trabalho considerou a ilegalidade dos descomissionamentos e respectivo retorno da comissão por não terem sido observados os requisitos legais.