Após reforma trabalhista, poucas vagas criadas são parciais ou intermitentes

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Desde a entrada em vigor da Lei 13.467/17, que estabeleceu a reforma trabalhista no Brasil, apenas 50.545 postos de trabalho foram criados no Brasil em nove meses. Assim, mais uma mentira cai por terra: o desmonte na legislação após o golpe não resultou em mais empregos.


Além disso, as poucas vagas geradas são de trabalho precário. Foram 26.300 postos intermitentes e 13.320 parciais no período. Ou seja, 78,4% do saldo de empregos formais criados desde novembro foi em contratos “atípicos”, que só puderam ser reconhecidos como emprego após a “reforma” trabalhista.


São pouco mais de 50 mil vagas frente ao fechamento de 2,9 milhões de empregos com carteira entre os meses de dezembro de 2014 e de 2017. Uma média de 79,5 mil postos a menos por mês, durante 36 meses. Números que na vida real se transformam em famílias morando nas ruas, crianças sem escola, comércio fechando as portas.


REFORMA QUE FRAGILIZA O TRABALHADOR – Esses tipos de contratos precarizados concentraram-se em setores econômicos com maior rotatividade e menores salários: 62% de intermitentes estavam nos setores de Comércio ou Serviços. Ou seja, está ocorrendo exatamente o que alertava o movimento sindical: a reforma aumenta a insegurança dos trabalhadores e acomete prioritariamente ocupações que já eram mais vulneráveis e com menores salários.


O desmonte trabalhista do governo Temer criou também o desligamento por “comum acordo”. O empregado que pedir para sair da empresa poderá negociar com o patrão o direito a receber metade da multa de 40% sobre o saldo do FGTS e metade do aviso prévio indenizado, mas perde o direito ao seguro-desemprego. A nova modalidade foi responsável por 94,5 mil desligamentos.