Assaltos dentro e fora dos bancos preocupam clientes e funcionários

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Mais uma “saidinha” bancária ocorreu em Fortaleza este ano. Na última sexta-feira, 28/8, três homens em uma motocicleta abordaram, no começo da tarde, passageiros de uma Hilux preta em frente à agência do HSBC, na Avenida Monsenhor Tabosa (Meireles). Segundo testemunhas, os seguranças particulares da empresa ao qual o carro pertencia perceberam a ação e deram três disparos contra um dos três bandidos. Os criminosos reagiram, e os tiros danificaram as vidraças da unidade bancária, bem como a lataria de um carro estacionado próximo ao banco. Ninguém foi preso.


Os assaltos, aliás, do tipo “saidinha” e “chegadinha” bancária, estão se tornando uma prática constante na capital e região metropolitana. De acordo com dados da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), cerca de R$ 1 milhão foram levados por ladrões, somente no primeiro semestre de 2009, em roubos dessa natureza. No total, foram registradas, de janeiro a maio deste ano, 149 “saidinhas” e “chegadinhas” na área. Os bairros com maior incidência de assaltos bancários são: Aldeota, Centro, Meireles, Montese, Parangaba, Fátima, Benfica, Aerolândia e Messejana (dados da DRF).


Para o inspetor-chefe do 2º Distrito Policial, Evaldo Coelho, as pessoas devem evitar sacar altas quantias em dinheiro em agências bancárias. “É recomendável fazer a transação através de uma transferência eletrônica, porque é bem mais seguro”, acrescenta. O inspetor-chefe explica ainda que, normalmente, os criminosos agem em trio. “Um dos bandidos fica dentro da agência apenas observando quem saca muito dinheiro e, depois, liga para os dois comparsas fora da unidade informando as características físicas de quem fez o saque”.

ASSALTOS A BANCO – Mas não é só fora dos bancos que os roubos estão acontecendo no Ceará, em 2009. Os assaltos a agências bancárias também estão batendo todos os recordes. Até o fim do mês de agosto, foram 15 ocorrências registradas no Estado, enquanto que em todo o ano passado foram 8. O número exorbitante assusta os bancários e os clientes, que são submetidos a experiências traumáticas que carregam, muitas vezes, para o resto da vida.


Em sua maioria, os assaltos ocorreram no interior do Estado, em unidades que contam com poucos agentes e recursos de segurança, como porta-eletrônica e câmeras de filmagem. Outros fatos que vem se repetindo nesses atos de violência são: a ineficiência da Polícia e a transformação de bancários em reféns.


Em quase todos os casos, os bandidos fugiram e, até hoje, ninguém foi preso nem a quantia roubada foi recuperada. Além disso, funcionários dos bancos têm sido feitos reféns e são levados pelos criminosos para servir como “escudo de proteção” contra a Polícia. Em Novo Oriente, o episódio foi ainda pior. Os assaltantes invadiram a casa de dois bancários e fizeram suas famílias de reféns, para depois serem levados ao banco e serem forçados a abrir a sala da tesouraria. Entretanto, os bandidos tiveram que fugir às pressas sem levar qualquer quantia porque o alarme da agência disparou.

MALOTES E CORRESPONDENTES TAMBÉM SÃO ALVOS – Apesar de ser ilegal, é comum no Interior que os gerentes façam transporte de valores com seus próprios recursos e sem segurança alguma, tornando-se alvos fáceis para os assaltantes. A última ocorrência aconteceu no dia 3/9, em Santa Quitéria (193 km de Fortaleza), quando o gerente e o subgerente do Bradesco do município foram abordados por dois assaltantes numa moto, que levaram um malote com R$ 60 mil.


Em Jaguaribe (233 km de Fortaleza) e Mombaça (251 km de Fortaleza), os alvos foram as agências dos Correios, correspondentes bancários. Em Jaguaribe, uma quadrilha com cinco homens armados invadiu a unidade, rendendo 20 pessoas que estavam no local e imobilizando o gerente. Já em Mombaça, a agência foi invadida por dois homens numa moto.