Os ataques a bancos alcançaram 1.693 ocorrências em todo País no primeiro semestre de 2014, uma média assustadora de nove casos por dia, o que representa um crescimento de 9,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Desses, 403 foram assaltos (inclusive com sequestro de bancários e vigilantes), consumados ou não, e 1.290 arrombamentos de agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos. No primeiro semestre de 2013, foram registrados 1.552 ataques.
Os dados são da 7ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, elaborada pela Contraf-CUT, Confederação Nacional dos Vigilantes e Federação dos Vigilantes do Paraná, com apoio técnico do Dieese, a partir de notícias da imprensa, estatísticas disponíveis de secretarias de segurança pública dos estados e informações de sindicatos e federações de vigilantes e bancários de todo o País. A região Sudeste segue com o maior número de ataques (691), seguida do Nordeste (454), Sul (392), Norte (84) e Centro-Oeste (72).
Escassez de investimentos dos bancos – Conforme estudo feito pelo Dieese, com base nos balanços publicados do primeiro semestre de 2014, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, BB, Caixa e Santander) lucraram R$ 28,3 bilhões e aplicaram R$ 2,4 bilhões em despesas com segurança e vigilância, o que representa uma média de 8,6% na comparação entre os lucros e os gastos com segurança.
32 mortes em assaltos – Outro diagnóstico da violência nos bancos é a recente pesquisa nacional sobre mortes em assaltos envolvendo bancos, elaborada pela Contraf-CUT e CNTV a partir de notícias da imprensa, com apoio técnico do Dieese. No primeiro semestre de 2014, o levantamento apurou a ocorrência de 32 assassinatos, um aumento de 6,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O crime de “saidinha de banco” aumentou ainda mais a liderança entre os tipos de ocorrências, tendo provocado 20 mortes, tendo os clientes como as maiores vítimas.
“Os números de ataques a bancos e mortes em decorrência desse tipo de violência no País ainda são alarmantes, mas o Sindicato dos Bancários do Ceará saiu na frente e avançou numa enorme conquista para a população de Fortaleza: o Estatuto de Segurança Bancária do município. Nós lutamos para que virasse lei e depois encampamos uma batalha para que fosse realmente implantado e o resultado está aí: dos 56 ataques registrados no Ceará este ano, apenas oito foram em Fortaleza, contra 48 no Interior. Isto mostra como medidas simples como a implantação de biombos, portas giratórias entre outros podem dar mais segurança aos clientes e bancários dentro das agências”
Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato e funcionário do BB