ATAQUES ÀS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NO CEARÁ CAEM 75% EM 4 ANOS

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Na última semana, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) registrou uma redução de 75% no número de ataques a instituições financeiras – bancos ou empresas de valores – no Ceará em um intervalo de 4 anos (2015-2019). Segundo a Secretaria, a diminuição das ocorrências começou em 2017. Na comparação dos dez primeiros meses de 2018 com igual período de 2019, foi registrado o maior decréscimo em um intervalo de um ano, 59,4%, ao passar de 32 crimes para 13.


Essa redução é fruto de uma bandeira levantada pelo Sindicato dos Bancários do Ceará há alguns anos em prol da segurança bancária para funcionários, clientes e usuários.


Nossa primeira vitória foi em 2012, quando, através de uma iniciativa nossa, foi aprovado o Estatuto de Segurança Bancária de Fortaleza. A lei 9.910/2012 encontrou resistência dos banqueiros, pois previa entre outras exigências, a obrigatoriedade das portas detectoras de metal e biombos entre clientes e a bateria de caixa, gastos que os bancos lutaram para não ter, através de liminares pedindo a suspensão do Estatuto. Saímos vencedores e o Estatuto, mesmo implantado muito depois de sua publicação como lei, trouxe rapidamente os resultados que esperávamos.


Após a vitória em Fortaleza, passamos a realizar várias audiências públicas nas principais Câmaras Municipais espalhadas pelo Estado, incentivando cada município a ter seu próprio Estatuto de Segurança. Obtivemos êxito em Tianguá, Caucaia, Caridade e Crateús e percebemos que nesses lugares, os índices de insegurança também diminuíram. Entretanto, a nossa maior vitória em defesa da segurança de bancários e sociedade como um todo veio no final de 2017, quando no dia 14 de dezembro, o governador Camilo Santana (PT/CE), assinou a Lei de Segurança Bancária do Ceará. A lei 16.541/2017 foi publicada dia 18 de dezembro e previa 180 dias para que as instituições financeiras do Estado se adequassem


A lei estadual determina a instalação de sistema de gravação de imagens interligado com a central de monitoramento da Polícia Militar, de tecnologia para inutilização de cédulas em casos de explosão ou arrombamento de caixas eletrônicos e de escudo de proteção blindado para vigilantes, entre outras melhorias.


Por sua vez, reconhecemos que o poder público do Estado também tem efetuado atividades que coíbem esse tipo de crime na capital e interior, sendo um importante aliado em defesa da vida de clientes e bancários. Se não houver um esforço do poder público, e falamos das esferas de cumprimento da lei, de fiscalização do legislativo e de aplicação das multas e sanções através do executivo e do judiciário, os bancos já demonstraram que não querem cumprir leis estaduais.


A redução dos ataques a bancos representa um ganho da proposta de segurança, dá melhor condição para o trabalhador atender a população e que isso venha a possibilitar o crescimento econômico e a dignidade da nossa população. Independente do tipo de ataque, clientes e funcionários dos bancos correm risco de vida. Essa luta em defesa da segurança bancária fará sempre parte da nossa estratégia de luta, pois para nós, a vida estará sempre em primeiro lugar!