Ato na agência Fortal exorciza empregado fantasma da Caixa

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Após dois meses da denúncia feita pelo Sindicato dos Bancários do Ceará à direção nacional da Caixa, sobre a existência de um empregado fantasma no Ceará, recebendo alto salário, chamado Alan Pires de Aguiar, os dirigentes sindicais realizaram um grande ato no último dia 23/3, na agência Fortal, em Fortaleza. O ato foi um ritual de exorcismo com um padre, dentro do princípio cristão, e a lavagem das escadarias da agência por baianas, dentro do ritual afro, para espantar os males.


O objetivo do ato foi denunciar a existência desse empregado fantasma na Caixa, na pessoa do ex-superintendente Alan Pires de Aguiar, que foi cedido ao governo de Lúcio Alcântara e, terminada a gestão, não retornou à Caixa, contando com aquiescência dos gestores locais que permitiram que o ponto dele fosse batido, não se sabe por quem. O certo é que ficou mais de quatro anos ausente.


Esse ano ausente fez com que ele pudesse utilizar esse tempo para incorporação da função, na medida que se achava que ele estava trabalhando, pois tinha o ponto batido. Além de incorporar a função, utilizou esse tempo para subtrair dos cofres públicos seu pagamento – o maior salário do Estado na Caixa é o dele -, sem trabalhar. Isso causou indignação, não só para os empregados da Caixa, mas ao conjunto da sociedade.


Esse ato foi chamado de “o exorcismo do fantasma Alan Pires”. Outra medida é que o Sindicato formulará denúncia ao Ministério Público Federal. Há dois meses, o Sindicato fez uma denúncia à direção da Caixa, em Brasília, cujo documento foi entregue pelo presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo. A direção da Caixa ficou de apurar o caso, mas até o momento não apurou, mas enviou uma carta para o Sindicato falando da importância do sigilo, que iria tomar providências, mas nada fez.


Em seu discurso, o presidente Carlos Eduardo falou da simbologia do ato com exorcismo e baianas lavando as escadarias da agência para lavar a sujeira ali instalada, e denunciou a conivência da direção da Caixa com esse caso e questionou: “quem autorizou a ausência desse empregado? Quem bateu o ponto dele? Queremos apuração já! Vamos ao Ministério Público denunciar a Caixa, para que a moralidade seja restabelecida”, disse.


Já o presidente da Apcef/CE, Áureo Júnior, fez um relato “para entender o caso Alan Pires” e disse que essa atitude da direção da Caixa está em desacordo com a democracia instalada no País desde o governo Lula. “O Sindicato é radical, mas radical em defesa do trabalhador que dá seu suor e não de alguém que ganha mais de R$ 20 mil e se ausenta do banco por mais de quatro anos. Vamos acabar com o protecionismo e a corrupção que hoje se instala na Caixa”, concluiu.