A manifestação foi uma deliberação nacional motivada pelas últimas decisões anunciadas pelo Unibanco. Durante todo o processo de negociação sobre a RR, o Unibanco sempre garantiu que, se não houvesse acordo entre as partes, retomaria o modelo até então vigente, de pagamento semestral e não haveria compensação da PLR. Mas não é isso o que está ocorrendo. A empresa mantém o pagamento mensal, mas embute a compensação da PLR, o que representa uma redução de benefício.
O banco quer o direito de descontar do programa semestral os valores pagos pela PLR da Convenção Coletiva de Trabalho. Outro problema está no fato de o pagamento da RR semestral estar vinculado ao cumprimento de metas, que praticamente são inatingíveis. No ano passado, por exemplo, 75% das agências não conseguiram bater as metas, isto mostra que o problema está com o banco.
Conforme o comunicado do banco, a RR teria dois modelos distintos, sendo um programa mensal e outro semestral. O programa mensal, segundo o banco, seria semelhante ao do ano passado, enquanto o semestral manteria a possibilidade de recuperação das famigeradas metas durante o semestre. No entanto, esse comunicado estava bastante obscuro e gerou dúvidas entre os bancários, que exigem uma explicação detalhada do programa.
Durante a manifestação em Fortaleza, os clientes mostravam-se surpresos e indignados com o tratamento dado pelo banco a seus funcionários. Eles aproveitaram a ocasião para reclamar do atendimento. “Às vezes você passa 40 minutos na fila e, quando chega no caixa, é mal atendido. Você não sabe o número certo de caixas. Não há placas que indiquem guichê especial para idosos, gestantes”, enfatizou Leudo Júnior, cliente do banco há mais de quatro anos.
“Esperamos que, com essas manifestações, o Unibanco reflita a respeito das formas como tem tratado os seus funcionários e com isso volte atrás em suas medidas unilaterais e retome o processo de negociação sobre PLR e RR”, concluiu o diretor do SEEB/CE, Alex Citó.