Atos contra a política privatista de FHC marcam o ano de 1999

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O ano de 1999 começou agitado para os funcionários dos bancos públicos, ainda em clima de negociação da Campanha Salarial de 1998 com a diretoria dos bancos. A intransigência do Governo adiou as negociações para depois da posse das novas diretorias dos bancos, prejudicando as reivindicações dos bancários.

Em abril, os sindicatos dos Bancários, dos Petroleiros e dos Empregados dos Correios organizaram a Caravana em Defesa dos Bancos Públicos e das Estatais, visitando mais de 140 municípios. O objetivo foi de mobilizar a sociedade contra o desmonte do patrimônio público, prática adotada pelo governo FHC. A coordenação da Caravana organizava atividades culturais nas praças das cidades e atividades de sensibilização da Câmara Municipal para a questão da privatização.

Defesa do emprego, reajuste salarial de 9,47%, participação nos lucros foram temas da Campanha Salarial abordados nas atividades. A novidade da Campanha de 99 foi a reivindicação por proteção salarial, que consistia na reposição do salário sempre que a inflação atingisse o índice de 3%. Após mobilizações e atos públicos de esclarecimento à população das reivindicações, os bancários conseguiram da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) um reajuste de 5,5%, além da manutenção do anuênio.

Em agosto, um ato em Fortaleza, organizado pelo movimento sindical e popular, demonstrou o repúdio dos movimentos organizados à política do governo FHC. O ato ainda divulgou a Marcha dos 100 Mil Sobre Brasília, organizada pela CUT, MST, partidos políticos e pastorais sociais. Ao final da marcha, em Brasília, foi feito o Grito dos Excluídos Latino-Americano, que teve como foco do protesto a política econômica de FHC.