Audiência debate desmonte dos bancos públicos e cria Frente Parlamentar Mista

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Na sexta-feira, 27/10, foi realizada Audiência Pública em Defesa dos Bancos Públicos, em Fortaleza, conjuntamente com a Câmara Municipal de Fortaleza e Assembleia Legislativa do Ceará, articulada pelo Sindicato dos Bancários do Ceará, sendo criada a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos. A proposta da Frente é dar visibilidade à resistência e mobilizar a população contra a ameaça de entregar o patrimônio público à iniciativa privada.


Na audiência, por iniciativa das Centrais Sindicais CUT e CTB, com apoio do Sindicato, entidades da sociedade organizada e partidos, foi lançado um Dia de Luta, em 10 de novembro, às 9 horas, na Praça da Bandeira, em Fortaleza, para denunciar que o golpe continua, que o fim dos bancos públicos afeta a vida de todo brasileiro e a hora é da resistência. Todos à luta!


Nos discursos houve destaques unânimes sobre os desmontes dos bancos públicos, promovidos pelo ilegítimo Temer, com extremo prejuízo ao povo brasileiro. “Todo patrimônio público está em risco e nosso papel é ser multiplicador da luta e da resistência”, disse Rita Serrano, representante dos empregados no CA Caixa e coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.


O alerta para os riscos dos desmontes dos bancos públicos foi feito na mesa de abertura, pelos deputados federais Chico Lopes (PCdoB) e André Figueiredo (PDT); o deputado estadual Renato Roseno (Psol); os vereadores Acrísio Sena (PT), Eliana Gomes ( PCdoB) e Iraguassu Filho (PDT); o presidente da Contraf-CUT, Roberto Von der Osten; o presidente do SEEB/CE, Carlos Eduardo Bezerra; o presidente da Fenae, Jair Ferreira; a representante dos empregados na CA Caixa, Rita Serrano; a representante da CUT Nacional, Juvândia Moreira; o presidente do PCdo B/CE, Luiz Carlos Paes; o representante da CTB Nacional, Clécio Morse; e o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira.



Por que é importante defender os bancos públicos?


Roberto Von der Osten (presidente da Contraf-CUT)

“O banco público nasceu com a missão de fomentar, desenvolver, atuar nas áreas mais pobres, como uma ferramenta para se distribuir igualdade de oportunidades. Sem os bancos públicos toda a sociedade vai sofrer porque a comida vai ficar mais cara, vai aumentar o déficit da habitação, do desenvolvimento. Por isso, as pessoas têm de abrir o olho, e ver que a defesa do banco público é também defender as condições de vida de milhões de brasileiros que vão ser atingidos se você destruir essas instituições”


Carlos Eduardo Bezerra, presidente do SEEB/CE

“No plano do governo federal e da maioria do Congresso não cabe o povo brasileiro. Não é razoável, recebermos proposta de que vai acabar com os bancos públicos – BB, Caixa e BNB – e entregar à banca privada.  A luta do Sindicato dos Bancários é denunciar o desmonte das politicas públicas, o desmonte do Estado Brasileiro, onde o povo é o maior atingido”


Juvândia Moreira (diretora executiva da CUT Nacional)

“Sem os bancos públicos, a população como um todo sairia perdendo. Se encarecer o crédito para o agricultor, por exemplo, todos vamos pagar essa diferença. Banco privado só quer lucro. Já os bancos públicos querem investir no desenvolvimento, que gera emprego, que faz o comércio vender mais, que faz o pobre ter condições de financiar sua casa própria. Então, quando se enfraquece o banco público, e é isso que esse governo está fazendo, eles estão enfraquecendo o Brasil todo”


Jair Ferreira (presidente da Fenae)

“A sociedade brasileira precisa dos bancos públicos. Os bancos públicos ajudam a sair de  períodos de crise, ajudam a regular o mercado, a fazer financiamento a longo prazo, para que as empresas não parem suas atividades, mantendo crescimento, renda, empregos, então nós não podemos prescindir da presença dos bancos públicos, das empresas públicas como um todo, no nosso dia-a-dia”


Rita Serrano (coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas)

“É importante defender todo o patrimônio público brasileiro que está ameaçado por esse governo. Nos últimos anos, quem investiu no País foram os bancos públicos através do crédito agrícola do BB, do crédito habitacional da Caixa, do desenvolvimento regional com o BNB e da infraestrutura com o BNDES. Se os bancos públicos continuarem sendo precarizados ou privatizados, o desenvolvimento do país será prejudicado. Aliado a isso, temos de defender também um modelo de governo que valorize o investimento social, porque o governo que está aí só está dilapidando o patrimônio público”


Chico Lopes, deputado federal (PCdoB)

“Os bancos públicos tem preocupação com o desenvolvimento do País e preocupam-se com os pequenos produtores rurais. O grande banco privado não tem interesse nenhum em coisa que  não lhe renda juros. A nossa briga, a nossa proposta é continuar com os bancos públicos fortalecidos”


André Figueiredo, deputado federal (PDT)

“O governo Temer está entregando o patrimônio público. Já está fazendo isso com o nosso pré-sal, está fazendo com a Eletrobrás e querem agora fazer a mesma coisa com os bancos públicos. Todas as medidas legislativas tem um componente do sistema financeiro, sempre cruéis”


Acrisio Sena, vereador (PT)

“Nossa mobilização em defesa dos bancos públicos é para defender o Brasil. Sua soberania está ameaçada com o sucateamento, com o desmonte dos bancos que promovem o desenvolvimento econômico e social do País – Banco do Brasil, Caixa e Banco do Nordeste, além do BNDES. Precisamos de unidade, precisamos nos unir e nos organizar para enfrentar os desmandos do governo”


Eliana Gomes, vereadora (PCdoB)

“Primeiramente Fora Temer! Os bancos públicos tem um papel importantíssimo. A campanha em defesa dos bancos públicos tem que ganhar corpo nas comunidades, onde diremos que não terá mais Minha Casa Minha Vida, não terá mais o Crediamigo. Esse governo golpista não tem interesse nenhum no povo. Por isso, a força do povo tem que continuar nas ruas”


Renato Roseno, deputado estadual (Psol)

“É fundamental para um país desigual do ponto de vista da riqueza e regional, que hajam bancos públicos que permitam o acesso às classes trabalhadoras de serviços bancários e de crédito, que só é feito a partir de agentes financeiros públicos. Destruir os bancos públicos é nos colocar refém do rentismo”