O número de casos da doença Calazar aumentou em Fortaleza, em 2006. Foram confirmados 167 casos em seres humanos, com 15 mortes humanas, um crescimento de 60% dos óbitos em relação a 2005. Os bairros de Fortaleza onde é maior a incidência são Conjunto Ceará, João XXIII, Granja Lisboa, Bom Jardim, Cajazeiras, Barroso e Vila Peri.
O Calazar (Leishmaniose Visceral) é uma doença infecciosa, provocada por um protozoário do gênero Leishmania. No cão, a doença provoca emagrecimento e lesões de pele. Além de cães, a doença atinge gambás, raposas e outros animais silvestres, que são considerados reservatórios.
O bancário Robério Ximenes teve que sacrificar sua cadela em outubro de 2006. “Ela estava com umas feridas, estava fraca e com tremores. Levamos ela ao médico e foi constatado Calazar. Foi um choque pra família, porque a gente já criava há sete anos. Mas, quando eu soube que transmitia pra seres humanos, tive que sacrificar”, conta Robério, que mora na Cidade dos Funcionários.
O Calazar é transmitido para o ser humano no período noturno, através da picada da fêmea do mosquito palha (flebotomíneos), que habita em locais de matas. No homem, os sintomas são febre constante, pelo menos por uma semana, aumento do baço e fígado, além de fraqueza. O tratamento é feito por meio de medicamentos, fornecidos pelo Ministério da Saúde e disponibilizados gratuitamente na rede básica de saúde dos municípios. Os casos confirmados são encaminhados geralmente para os hospitais São José, Albert Sabin e Waldemar de Alcântara.
O Calazar não tem cura em animais; pode apenas ter sua evolução controlada. Os cães infectados podem ser entregues ao SOS Cão para serem sacrificados. O serviço oferecido pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), da Prefeitura de Fortaleza, também recebe cães com outras doenças.
Serviços: SOS Cão (Rua Betel, 2980, Itaperi. Fone: (85) 3131-7849. Atendimento: de segunda a sexta – das 10 às 12h e das 14h30 às 16h30 – e aos sábados e domingos – das 7h às 17h)