Bancários cobram mais contratações em negociação permanente no dia 31/3

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As negociações permanentes entre a Contraf-CUT, assessorada pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), e a Caixa Econômica Federal serão retomadas no dia 31/3. Um dos itens da pauta desta primeira reunião do ano é a convocação de concursados. As entidades do movimento sindical e associativo reforçam que há a necessidade de acelerar o ritmo das contratações. O crescimento da demanda e do volume de operações tem agravado problemas nas unidades do banco, como a sobrecarga de trabalho.


O prazo para aderir ao PAA 2015 foi aberto pela empresa no dia 27/2 e segue até 30/4. As rescisões dos contratos começaram no dia 9/3 e serão feitas até 29/5. O plano contempla empregados da Caixa que já estão aposentados pelo INSS e continuam trabalhando, e ainda os que estarão aptos a se aposentar. Uma das exigências é ter idade mínima de 48 anos até o fim do período de desligamento. Estima-se que pouco mais de 11 mil trabalhadores estão aptos a deixarem o banco por meio do PAA.


O banco se tornou, sobretudo na última década, parceiro estratégico do Estado. A empresa paga milhões de benefícios sociais e disponibiliza cada vez mais recursos para crédito e habitação, por exemplo. Esse protagonismo exige atendimento de qualidade à população, o que só é possível com condições dignas de trabalho e empregados valorizados.


Contratações são necessárias – Uma das conquistas da Campanha Nacional 2014 foi a contratação de mais dois mil empregados até dezembro de 2015. O banco conta hoje com 101,5 mil trabalhadores, quantitativo ainda insuficiente. Entre 2002 e 2014, o total de unidades do banco passou de 2.082 para 4.025, alta de 93%. O número de empregados aumentou 82%. Já a base de clientes, neste período, passou de 23,1 milhões para 78,3 milhões, quase 240% a mais.


Há que se considerar ainda o papel social da Caixa. No ano passado, os programas de transferência de renda distribuíram R$ 28 bilhões por meio de 176 milhões de benefícios. Desses, cerca de 161,7 milhões se referem ao Bolsa Família, totalizando R$ 26 bilhões. Em relação aos programas voltados ao trabalhador, como seguro-desemprego, abono salarial e PIS, a instituição foi responsável pelo pagamento de 173,5 milhões de benefícios. No período também foram pagas 66,3 milhões de pensões e aposentadorias do INSS, que somaram R$ 67,4 bilhões.


“O que já era necessário está se tornando uma urgência em razão do Plano de Apoio à Aposentadoria, pois dois mil empregados já aderiram até o momento. É essencial que haja, no mínimo, a reposição de todos que vão sair. Só assim não teremos uma queda das condições de trabalho nas agências”
Marcos Saraiva, diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará