Bancários de parabéns!

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Mais uma campanha nacional chegou ao fim com a certeza de que avançamos na busca de emprego decente e um mundo mais justo para todos.


Logo no início de nossa campanha já pudemos ver quão dura ela seria. O governo federal, os patrões e a grande mídia, uníssonos, ameaçavam a classe trabalhadora quanto às suas reivindicações. Lutar por aumento real, novos direitos etc seria colocar o País no rumo do abismo, do desequilíbrio, das perdas sociais.


Fomos à luta e enfrentamos todas as adversidades, alimentados pela certeza de que a nossa causa era justa e merecia nosso esforço. Mais uma vez a nossa unidade foi determinante. O Comando Nacional dos Bancários apontou o calendário e os sindicatos e as federações o seguiram, demonstrando a confiança na condução do processo.


Iniciamos as negociações buscando avanços sociais nas áreas de emprego, saúde, segurança e igualdade de oportunidades. Debatemos temas caros a todos nós, como o emprego, o fim da rotatividade, o combate ao assédio moral, o fim das metas abusivas e chegamos às questões financeiras, brigando por aumento real, valorização do piso e melhor distribuição dos lucros.


Como nos anos anteriores, outra vez faltou aos banqueiros sensibilidade e respeito aos seus trabalhadores, que deveriam vir traduzidos em uma proposta digna. Frustrado o processo negocial, fomos novamente à greve. Iniciamos no mesmo momento numa demonstração de união, maturidade e organização. A cada dia o movimento mais se fortalecia ante o silêncio da Fenaban, que continuou por três semanas e igualmente a nossa greve. Trabalhadores de bancos públicos e privados unidos na busca de uma proposta digna e decente.


A força da greve e a determinação de cada dirigente sindical, de cada trabalhador fizeram com que arrancássemos uma proposta com aumento real de salário, valorização do piso da categoria, melhoria na PLR e avanços na segurança com a proibição de transporte de numerário por bancários e no combate ao assédio moral com o fim da divulgação dos rankings individuais de vendas de produtos. Após debates, o Comando Nacional orientou os sindicatos e as federações que, de forma madura e séria, defenderam as propostas, sendo aprovadas nas assembleias e permitindo que a greve terminasse de maneira unida e vitoriosa, ao mesmo tempo em todo o Brasil. Os funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) precisaram de mais enfrentamento, mas também obtiveram conquistas importantes após 29 dias de greve.


A Contraf-CUT, na qualidade de coordenadora do Comando Nacional, deseja apresentar ao conjunto de dirigentes sindicais, militantes, enfim companheiras e companheiros, os parabéns pela exemplar condução desse movimento, que garantiu a realização de mais uma campanha vitoriosa.


Nunca é demais repetir que a nossa luta, a nossa garra, a nossa determinação, a nossa ousadia e a nossa unidade foram essenciais para as conquistas que tivemos e por isso nos estimulam a enfrentar os novos desafios na batalha cotidiana por emprego decente, por um sistema financeiro cidadão e por uma vida melhor.


Parabéns a todas as bancárias e a todos os bancários do Brasil!

Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários