Bancários debatem experiência popular na Prefeitura de Fortaleza

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Um ano e cinco meses da gestão Luizianne Lins (PT). Balanço: evolução na participação popular e na transparência administrativa. Essa é a análise do professor Francisco Pinheiro, em debate realizado dia 25/5, no Sindicato dos Bancários, sobre a administração petista em Fortaleza.

Pinheiro é o indicado pelo PT como candidato a vice-governador pela chapa de esquerda, encabeçada por Cid Gomes (PSB). É professor do Departamento de História da UFC, ex-vereador de Fortaleza e ex-secretário de Regional da cidade. Na ocasião, o professor preferiu falar sobre o governo de esquerda de Luizianne, de modo amplo, ao invés de pontuar elementos da gestão. O historiador falou da importância do cumprimento das metas de campanha, o que tem sido feito pela atual administração, segundo ele.

Pinheiro enfatizou a grande participação popular que se tem alcançado através do Orçamento Participativo (OP), mecanismo através do qual os fortalezenses definem em que serão alocados os recursos públicos municipais. O OP foi implantado em Fortaleza em setembro de 2005 e mobilizou uma média de 8000 mil pessoas ano passado em suas duas etapas: a preparatória (formação) e a deliberativa (votação). A tendência é o aumento da participação, já que só da sua primeira etapa em 2006 já participaram 5000 pessoas aproximadamente.

Uma das dificuldades da gestão apontadas por Pinheiro foi o pouco conhecimento que se tinha de administração do poder executivo. “Ao assumirmos, enfrentamos problemas de ordem estrutural, o desmonte da máquina pública, que faz a população desacreditar na política. Nossas medidas causaram um choque de gestão”, afirmou o professor, referindo-se à gestão anterior, do PMDB.

Quanto às críticas que a gestão tem recebido, Pinheiro acredita que a causa disso é a expectativa da população, que confia na gestão de esquerda, mas está desacreditada da política de modo geral. “As pessoas acreditavam que a gestão ia mudar a realidade da cidade (imediatamente). Por isso, as críticas são maiores. Mas agora as reclamações mudaram de nível. À medida que as necessidades básicas vão sendo atendidas e o diálogo se estabelece, o nível de exigência da população vai aumentando”, concluiu Pinheiro.