Bancários defendem Estatuto de Segurança Bancária para todo o País

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O Comando Nacional dos Bancários apresentou, durante a negociação sobre saúde e segurança com a Fenaban, nos dias 2 e 3/9, a realidade em Fortaleza com o Estatuto de Segurança Bancária que prevê equipamentos obrigatórios como porta de segurança, câmeras de vigilância, externa e interna, e divisórias/biombos. A lei reduziu significativamente os ataques a bancos nesse município e tem o reconhecimento dos órgãos de segurança, do Judiciário e dos próprios bancários e clientes sobre a eficácia das medidas.


O Comando Nacional cobrou melhores condições de segurança para bancários, clientes e assistência às vítimas de assaltos, sequestros e extorsão, com atendimento médico e psicológico não só ao empregado, mas também à família do funcionário. Os bancários querem também que os bancos sejam obrigados a emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) sobre todos os casos de tentativa ou de assalto consumado, assim como o Boletim de Ocorrência (BO). Como medida de prevenção aos assaltos, o Comando Nacional solicita ainda o fim da guarda das chaves por funcionários e que empresas de segurança privada sejam contratadas para o trabalho. A Fenaban não aceitou, alegando que qualquer pessoa pode ser vítima da violência.


Para reduzir os índices assustadores de ataques a bancos, os bancários querem a implantação, em todo o País, dos equipamentos e medidas que fizeram do projeto-piloto de segurança aplicado em Pernambuco, conquista da Campanha 2012, com eficácia comprovada de redução da criminalidade atestada pela Secretaria de Defesa Social do estado.  Mas os bancos se recusaram, novamente, a replicar estes equipamentos para todo Brasil, concordando, apenas, em testar as medidas em outras duas regiões.


Metas abusivas e assédio moral – O fim das metas abusivas e o combate ao assédio moral estão entre as principais reivindicações da categoria. Os bancos reconheceram que pode haver excessos no modo de cobrança por parte de alguns gestores, mas não concordaram que as metas sejam estabelecidas com a participação dos trabalhadores. Pressionada, a Fenaban assumiu o compromisso de avaliar a possibilidade de o empregado pedir transferência para outra unidade, quando for comprovadamente assediado.


Isonomia de direitos e reabilitação – O Comando fez duras críticas aos programas de reabilitação profissional desenvolvidos pelos bancos, sem a participação dos trabalhadores. Um agravante para a categoria é a revalidação que os bancos estão fazendo dos atestados médicos dos trabalhadores, colocando em xeque a idoneidade do bancário. Diante dos problemas, a Fenaban concordou em marcar novas reuniões para debater o tema de saúde.


“O objetivo do crime é o banco, mas as vítimas são os bancários, portanto, o registro do BO é obrigação dos bancos. É o patrimônio do banco que o bandido quer lesar, mas é a vida das pessoas que corre risco”
Gustavo Tabatinga, secretário de Políticas Sindicais da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária


“O projeto piloto de Segurança em Pernambuco confirmou que os equipamentos propostos pelos trabalhadores reduzem drasticamente a atuação dos criminosos e o Estatuto de Fortaleza, como lei, reafirma a necessidade urgente de ampliação dessas medidas de proteção à vida, beneficiando bancários e clientes”
Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará e da Fetrafi/NE