Bancários definem índice de 13,23% e luta pelo piso salarial

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A 10ª Conferência Nacional dos Bancários foi encerrada no último domingo, dia 27/7, com a aprovação da estratégia da campanha e da pauta de reivindicações da campanha salarial de 2008, que tem como eixos aumento real de salário, elevação e simplificação da PLR, fim do assédio moral e das metas abusivas, valorização dos pisos, PCS para todos, mais segurança nas agências e criação de planos de previdência complementar para toda a categoria.


A Conferência Nacional aprovou ainda a estratégia de mesa única de negociações das questões econômicas e sociais com a Fenaban, para toda a categoria, com negociações simultâneas das questões específicas nos bancos públicos. Os bancários também aprovaram, novamente, o modelo de negociação por eixos temáticos (como assuntos econômicos, saúde e condições de trabalho, segurança etc.), como ocorreu no ano passado.


A Campanha Nacional dos Bancários será lançada oficialmente em todo o País no dia 12/8 e o Comando Nacional pretende entregar a pauta de reivindicações aos banqueiros no dia seguinte. O encontro contou com a participação de 830 delegados de todo o País, que aprovaram as seguintes deliberações:

Aumento real – Índice de 13,23% de reajuste (inflação mais 5% de aumento real).

PCS para todos – Prevendo 1% de reajuste a cada ano de trabalho. A cada cinco anos, esse reajuste será de 2%. O banco é obrigado a promover o bancário pelo menos um nível a cada cinco anos.

Fim das metas abusivas – As metas serão definidas pela agência/departamento com a participação de todos os trabalhadores. As metas serão obrigatoriamente coletivas e deverão levar em consideração região, porte da agência, número de funcionários, base de clientes e o perfil econômico local. Elas não serão aplicadas aos caixas.

Pisos salariais – Aumento progressivo, em três anos, até atingir o piso do Dieese, atualmente estimado em R$ 2.074,00, sendo incorporado 50% da diferença entre o piso da categoria (R$ 921,49) e o piso do Dieese neste ano, 25% em 2009 e outros 25% em 2010. Desta forma, neste ano, o piso da categoria passaria a valer R$ 1.497,75 para escriturários, R$ 1.947,07 para caixas e tesoureiros, R$ 2.321,50 para primeiro comissionado, e R$ 3.369,93 para gerente.

Contratação da remuneração total – Distribuição de 5% da receita de prestação de serviços de forma igualitária entre todos os bancários. O pagamento deverá ser feito após a publicação do balanço trimestral. Além disso, 10% de toda a produção da agência deve ser distribuída entre os trabalhadores da unidade.

Aumento da PLR – Os objetivos são elevar o valor da PLR e simplificar os critérios de distribuição: três salários mais R$ 3.500,00 para todos, sem limitador e sem teto.

Vale-refeição e Cesta-alimentação – Aumentar o valor do vale para R$ 17,00 e cesta alimentação de um salário mínimo (R$ 415,00) com a 13ª cesta-alimentação conquistada no ano passado.

Auxílio-Creche – Deve ter o mesmo valor do salário-mínimo (R$ 415,00), com ampliação da idade para 8 anos e 11 meses e comprovação anual dos gastos.

Novas conquistas – Auxílio-educação e a criação de um plano de previdência complementar fechado, com gestão compartilhada; ratificação da convenção 158; defesa do emprego; cumprimento da jornada de 6 horas; contratação de mais funcionários, estabelecendo efetivo mínimo para o atendimento aos clientes; mais segurança nas agências.

Eixos políticos – defesa dos bancos públicos; ampliação do crédito produtivo para investimentos, principalmente agrícola; redução da taxa de juros; regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal (que estabelece o papel do sistema financeiro no País).