De norte a sul do Brasil, a realidade é uma só: a integração tecnológica do Real e do Santander transformou a vida de bancários e clientes num verdadeiro caos. A situação foi relatada por representantes da Contraf-CUT, federações e sindicatos de todo o país, durante negociação dia 29/3, com o Santander, em São Paulo. No início da reunião específica sobre condições de trabalho nas agências, o superintendente de atendimento operacional no Brasil, Miguel Lopez, fez uma apresentação do banco relativa a treinamentos em virtude da integração tecnológica. Os dirigentes sindicais afirmaram que as medidas não foram suficientes e descreveram as queixas dos trabalhadores.
“Esperamos que a direção do banco se sensibilize com a situação e aprove nossas reivindicações”, afirma o funcionário do Santander e diretor do SEEB/CE, Eugênio Silva.
REIVINDICAÇÕES – Para minimizar o caos e criar condições para que os funcionários possam trabalhar mais dignamente, prestando um melhor serviço aos clientes, os dirigentes sindicais apresentaram reivindicações, que também constam em carta enviada à direção do banco.
A primeira é que não haja metas para venda de produtos e que a única meta do banco seja a de resolver os problemas dos clientes afetados pela integração tecnológica. Além disso, que seja paga a todos a mesma remuneração variável do mês anterior à fusão tecnológica até que os problemas sejam resolvidos, assim como o pagamento das horas extras em dinheiro, o devido treinamento para operação do novo sistema, mais monitores nas antigas agências do Real e a contratação de mais empregados.
DENÚNCIA DE UMA GERENTE – Mensagem lida, durante a reunião, de uma gerente que postou o relato à 00h52 do dia 29/3 Sindicato dos Bancários de São Paulo, e que descreve com fidelidade o drama vivido pelos trabalhadores do Santander: “Não aguentamos mais a cobrança e a pressão que estamos sofrendo !! Como vamos cumprir a meta enorme que vocês nos assediam, se não conseguem lidar com a ampliação de crédito no mercado. Os clientes estão indo embora não só pela falta de atendimento sistêmico e problemas em suas contas, mas também por falta de atendimento em crédito e soluções financeiras. Banco parceiro é aquele que sabe entender seu cliente.
Para o Banco conseguir atingir esse resultado, é necessário que confie no profissional que lida com o cliente na ponta, O GERENTE e a equipe das agências. O comentário geral entre os colegas é que nos sentimos o tempo todo vigiados, como se fossemos a qualquer momento dar um golpe no Banco. A situação está INSUPORTÁVEL !!! Ou o Banco e seus dirigentes tomam a consciência de que estamos no Brasil e não na Europa, ou continuaremos a perder enorme parte da fatia de mercado que nos compete”.