Bancários do BB discutem jornada de 6h, PCR, assédio moral, Previ e Sesmt na primeira negociação do ano

67

Por mais de três horas, a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), e a direção do banco negociaram uma pauta extremamente importante ao funcionalismo.


Durante a reunião do dia 18/2, o movimento sindical fez denúncia da ocorrência de uma prática coletiva de assédio moral nas dependências, cobrou a assinatura do acordo aditivo de combate ao assédio moral, apresentou propostas para negociação de revisão do Plano Previ Futuro e reivindicou a retomada da mesa de negociação do Plano 1 e cobrou a implantação da carreira de mérito. Os trabalhadores também solicitaram ao BB que aprove mudança em seu estatuto para incluir um representante dos bancários no Conselho de Administração da instituição.


Em relação ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmt), os representantes dos trabalhadores voltaram a cobrar o concurso.


Ao reivindicar mudanças no Previ Futuro, a Comissão de Empresa cobrou o resgate da parte 1 (contribuição para o benefício de risco) e das contribuições patronais, além da diminuição da parcela Previ.

CARREIRA DE MÉRITO – O Plano de Carreiras e Remuneração (PCR) foi um dos assuntos abordados entre os representantes dos bancários e do BB. O negociador do banco informou que o BB vai cumprir o prazo e viabilizar a carreira de mérito até o final de março. Na folha de abril, serão disponibilizados os reflexos.


A Comissão Empresa também reivindicou adiantamento para março aos bancários que têm valores a receber em relação ao PCR. Cobrou explicações do BB por ter se recusado a assinar acordo de assédio moral com a Contraf-CUT no último dia 26 de janeiro. O negociador do banco tentou justificar a ausência da instituição na assinatura do texto afirmando que o BB já possui um instrumento de combate ao mal: os comitês de ética.

INCORPORADOS – Um dos assuntos mais debatidos na primeira negociação entre os representantes dos trabalhadores e o BB foi a situação dos funcionários oriundos dos bancos incorporados pelo Banco do Brasil em relação aos planos de previdência e de saúde. O movimento sindical solicitou encontro com o BB para discutir o tema e receber informações mais detalhadas.


Também foi informado ao banco que os sindicatos estão criando grupos de estudos para elaborar uma proposta definitiva e ampla sobre o tema. Parte desses bancários está sem plano de saúde (Cassi) e plano de previdência (Previ).

BIG BROTHER DO BB – O movimento sindical cobrou explicações da direção do Banco do Brasil acerca do novo sistema de gerenciamento de serviços implementado nos CSOs e na Disap, que vem expondo todas as equipes a constrangimentos e pressões por conta da publicação dos nomes dos funcionários em ranking que mede o desempenho individual.


Trata-se de uma flagrante política de assédio moral coletivo. Pelo novo sistema, que recebeu o apelido de Big Brother, uma vez que todos têm acesso a ele, os bancários recebem sinalizações em vermelho, amarelo e verde de acordo com o nível de metas atingidas.

SEGURANÇA – Em virtude da nova ambiência das agências, foi solicitada reunião com o banco para tratar do assunto, negociação que ainda inclui a retirada das portas de segurança nas unidades. Também denunciou que alguns gestores estão vedando férias nos períodos de grande movimento bancário (julho/dezembro).

REESTRUTURAÇÕES – Os problemas causados pelas reestruturações de alguns setores, como a Coger, Dicom, Dicre, Dinop, CSO e CSL, entre outros, não deixaram de ser abordados pela Comissão de Empresa. A comissão solicitou garantia e prioridade aos funcionários dos setores reestruturados.

6 HORAS – Em relação à reivindicação pelo cumprimento da jornada de 6 horas – uma conquista histórica do movimento sindical –, os bancários reafirmaram a necessidade de o BB seguir a legislação vigente. O BB disse que está estudando uma solução para o assunto.


Outra preocupação da Comissão de Empresa é o projeto de agências complementares, que prevê a contratação de correspondes bancários. O BB ficou de apresentar o projeto aos sindicatos. A meta do banco é firmar presença em todos os 5.465 municípios do País até 2015.