Bancários do Ceará definem prioridades da categoria no Estado

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Bancários cearenses se reuniram no último sábado, 10/5, para debater as principais pautas da categoria que serão levadas à Conferência Regional da Fetrafi-NE, de 16 a 18/5, em João Pessoa (PB). Entre as principais deliberações e desafios apontados pela categoria no Ceará estão a intensificação da luta contra o PL da terceirização (PL 4330), por mais contratações, contra as metas abusivas e o assédio moral e pela valorização da categoria. Durante o evento foram eleitos também os delegados que participarão da Conferência Regional pelo Estado, além das delegações que irão aos congressos nacionais do BB, CEF e BNB.


O Encontro contou com a presença do secretário de Organização da Contraf-CUT, Miguel Pereira, e do ex-coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, Marcel Barros, além de representantes do Ceará nas comissões de empresa dos três bancos federais, de representantes da Fetrafi-NE e das centrais sindicais (CUT, CTB, CSP-Conlutas e Intersindical).


Miguel Pereira enfatizou a importâncias da realização de fóruns democráticos de debates como esse para definir as principais pautas da categoria e ressaltou a necessidade de aglutinação da categoria para avançar nas conquistas. Os dirigentes nacionais fizeram ainda um balanço da campanha nacional do ano passado e elencaram os principais desafios para 2014.


“Os banqueiros devem reproduzir novamente o discurso da alta da inflação para negar nosso aumento real. Nós temos que estar preparados para derrubar esse argumento, pois desenvolvimento econômico se consegue com geração de emprego e distribuição de renda. Se não tivermos a coragem de romper os obstáculos colocados pelos patrões, a unidade na luta e a mobilização forte da categoria, não vamos conseguir derrotar essas falácias nem conquistar novas vitórias”, analisa Miguel.


Os representantes das comissões de empresa falaram sobre as demandas por banco. Inicialmente, o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, funcionário do Banco do Brasil, falou da importância de se combater questões como o assédio moral, metas abusivas, as condições de trabalho precárias e cobrar mais contratações. “Nós contratamos na última campanha nacional da categoria a convocação de 3.000 novos bancários e essa foi uma conquista importante, mas é preciso intensificar esse processo para diminuir a sobrecarga do trabalho e atender dignamente a população”, avalia.


O coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, Tomaz de Aquino, fez um apanhado das lutas do funcionalismo do Banco nos últimos dez anos e elencou as principais conquistas como aumento real, recebimento de cinco passivos trabalhistas criados na época do governo neoliberal, valorização do piso salarial, retorno das promoções, volta das convocações de funcionários, extensão de vários benefícios aos novos bancários, entre outros. “Mas muito ainda há para conquistar, como o piso equivalente ao salário mínimo apontado pelo Dieese, revisão do plano de cargos, meritocracia na ocupação de funções no BNB, revisão do plano de benefícios definidos da Capef, eleição direta de diretores executivos representantes dos funcionários para a Capef, Camed e na direção do BNB”, apontou.


O representante dos empregados da Caixa Econômica Federal, Marcos Saraiva, destacou que importantes conquistas saíram de encontros estaduais como este do Ceará. Ele exemplificou o debate sobre o pagamento de horas extras para agências com mais de 15 empregados, que partiu do debate

realizado ano passado no Estado. “Esse é um avanço que queremos para este ano: que esse pagamento integral seja extensivo a todos os empregados da Caixa, independente do número de trabalhadores na unidade”, ressaltou. O dirigente destacou também a presença de representantes da AGCEF no encontro que compareceram com o objetivo de debater assuntos como ponto eletrônico, a questão das horas extras e o elevado índice de adoecimento dos empregados devido a pressão pelo cumprimento de metas. Marcos enfatizou, por fim, a necessidade de acompanhar a política implementada na Caixa e de combater a precarização do trabalho que vem causando adoecimento, péssimo atendimento, sobrecarga de serviço, entre outros males.


Os bancários cearenses ressaltaram ainda a importância de se avaliar o cenário político em ano eleitoral, cujo calendário é praticamente concomitante com a campanha nacional dos bancários. “É preciso atentar para essa questão, pois o projeto neoliberal deverá tentar retomar o poder novamente, correndo o risco de enfrentarmos num futuro próximo o arrocho salarial, as demissões e novas tentativas de privatizações dos bancos públicos”, alertou o diretor do Sindicato, Jefferson Tramontini.


DESAFIOS APONTADOS PELOS BANCÁRIOS CEARENSES PARA 2014


• Importância do fortalecimento das mesas permanentes de negociação;


• Aprofundamento do GT sobre afastamentos no trabalho;


• Ampliação do programa do projeto-piloto sobre segurança bancária;


• Negociação sobre a mudança da fórmula de cálculo da PLR;


• Ampliação da discussão sobre as questões de gênero;


• Discussão de melhores condições e garantia de emprego;


• Melhorias nos planos de cargo, planos de saúde e programas próprios de PLR;


• Melhorias nos planos de previdência;


• Defesa da isonomia entre novos e antigos funcionários;


• Mais contratações;


• Combate ao assédio moral, às metas abusivas e à precarização do trabalho.