Bancários do Ceará deliberam por greve a partir do dia 18/9

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Reunidos em assembleia na quarta-feira, 12/9, os bancários do Ceará deliberaram por greve por tempo indeterminado a partir das 00h00 de terça-feira, dia 18/9. Os cerca de 300 bancários presentes à assembleia rejeitaram a proposta da Fenaban – que previa reajuste de 6% em todas as verbas, um aumento real de apenas 0,58%.


Uma nova assembleia, de caráter organizativo, será realizada nesta próxima segunda-feira, 17/9, às 18h30, na sede do Sindicato (Rua 24 de Maio, 1289 – Centro).


A diretoria do Sindicato ressaltou que os bancários apostaram no processo negocial, mas a postura intransigente e retrógada dos banqueiros empurrou a categoria para a greve.


O presidente do Sindicato, Carlos Eduardo Bezerra, convocou os bancários à mobilização. “Diante dessa postura dos banqueiros, nos oferecendo apenas 0,58% de aumento real, essa é a hora de mostrarmos a nossa força e construirmos um movimento forte para garantir nossas conquistas. Os banqueiros, ao que parece, só entendem a linguagem da pressão, da mobilização e da greve. Precisamos estar unidos para construir uma greve forte”, disse.


Bancários de todo o País aprovam greve – Os bancários de todo o País rejeitaram a proposta da Fenaban e aprovaram a deflagração de greve nacional a partir da próxima terça-feira (18) por tempo indeterminado. A decisão seguiu orientação do Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, que considerou insuficiente a proposta dos bancos de reajuste de apenas 6% sobre todas as verbas salariais, o que representa um aumento real de apenas 0,58%, menor que o índice da quase totalidade dos acordos feitos por outras categorias no primeiro semestre deste ano, que obtiveram ganhos superiores a 5% acima da inflação.


Os seis maiores bancos, que empregam mais de 90% da categoria, lucraram R$ 25,2 bilhões no primeiro semestre deste ano, mas fizeram uma proposta que não valoriza os salários dos trabalhadores, enquanto pagam milhões de reais por ano para os altos executivos.

Os bancos ainda lançaram R$ 39,15 bilhões em provisões para devedores duvidosos (PDD) no primeiro semestre, 64,3% a mais que o lucro líquido. É um truque contábil para uma inadimplência que cresceu apenas 0,7 pontos percentuais no mesmo período e que acaba reduzindo a participação dos trabalhadores nos lucros. Por isso, os bancários reivindicam uma nova regra de PLR, equivalente a três salários mais R$ 4.961 fixos.


Além disso, os bancos nada apresentaram para gerar empregos e acabar com a rotatividade, que reduz a massa salarial da categoria, muito menos para melhorar as condições de trabalho, como o fim das metas abusivas para a venda de produtos.


Com a deflagração da greve a partir do dia 18, os bancários de todo o País estão respondendo ao desrespeito com que os bancos vêm tratando a categoria nas mesas de negociação. Os bancários continuam abertos ao diálogo e qualquer nova proposta será apreciada nas assembleias do dia 17. “Estamos unidos e preparados para fazer uma grande mobilização, a fim de arrancar novas conquistas econômicas e sociais”, disse Carlos Eduardo Bezerra.


AS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DOS BANCÁRIOS


● Reajuste salarial de 10,25% (aumento real de 5%).

● Piso salarial de R$ 2.416,38.

● PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos.

● Plano de Cargos e Salários para todos os bancários.

● Elevação para R$ 622,00 os valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da 13ª cesta-alimentação, além da criação do 13º auxílio-refeição.

● Mais contratações, proteção contra demissões imotivadas e fim da rotatividade.

● Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral

● Mais segurança

● Igualdade de oportunidades.