Superlotação, infraestrutura inadequada e insegurança. Essas são as condições de trabalho dos bancários do Banco do Brasil nas agências do Ceará. Clientes e bancários sofrem com o descaso do banco com as condições das agências. O diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará, José Eduardo Rodrigues, faz uma avaliação negativa para a situação das unidades: “em todas as agências, a situação é caótica porque existe uma demanda de serviços muito grande, uma concentração muito grande de serviços e poucos funcionários para atender essa demanda”. Os problemas se agravam entre a última e a primeira semana de cada mês por conta dos pagamentos de INSS, servidores públicos e recolhimento de tributos em geral.
Para José Eduardo, a situação de superlotação encontra-se mais grave nas agências do BB em Messejana – o bairro só possui uma agência do BB – na Parangaba e na Seis Bocas.
INFRAESTRUTURA – Além da superlotação, os bancários e clientes do BB ainda sofrem com os problemas estruturais das agências. José Eduardo explica que nem todas as agências do banco possuem acessibilidade, dificultando o acesso de cadeirantes e cegos, por exemplo. “O banco diz, inclusive no site do próprio Banco do Brasil, que, de acordo com a especificidade da deficiência, ele [o banco] cria um kit especial para determinado cliente ser atendido”, aponta José Eduardo. Porém, essa prática não se verifica. Ele também lembra que as reformas nas agências demoram bastante, refletindo o descaso do banco com as condições de trabalho dos funcionários.
VIOLÊNCIA – A violência também ronda a vida dos funcionários e clientes do BB. Para José Eduardo, a situação é resultado de um sério problema de segurança pública e pela falta de medidas mais eficazes dos bancos nessa área. No Interior, a situação se agrava pelo reduzido número de policiais e na Capital o problema se verifica com as “saidinhas” e “chegadinhas” bancárias. “São dois casos bem típicos que acontecem no dia a dia. A gente vê até algumas coisas na televisão porque isso acontece todos os dias em Fortaleza”, diz o dirigente sindical.
José Eduardo explica a necessidade da existência de um núcleo especializado para investigar casos de assaltos a banco para coibir o assalto no nascedouro, isto é, com ações prévias de inteligência. Quanto a medidas do banco, José Eduardo diz que o BB descumpre uma determinação legal – Lei municipal 9.605 – que garante um atendimento reservado nas agências bancárias através da instalação de biombos. Segundo José Eduardo, uma das justificativas do banco é que os biombos não são compatíveis com o layout implantado nas agências do BB.