
No último dia 24/4, assaltantes renderam a gerente, a obrigaram a abrir o cofre da unidade e a entregar todo o dinheiro da agência. Após ser brutalmente atacada pelos bandidos, ficou sob tortura psicológica durante muito tempo. A bancária teve que ceder às pressões pela preservação da sua vida e de seus colegas.
A funcionária ainda está em tratamento psicológico, inclusive o próprio banco reconheceu a lesão e emitiu a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
Mesmo em tratamento, para a surpresa da bancária e dos colegas, ela recebeu a carta de demissão por justa causa, sob a alegação de descumprir as normas de segurança do banco. Os donos do Itaú acham que vale mais a pena se preocupar com dinheiro do que zelar pela vida dos funcionários.
“A paralisação foi para mostrar que o Itaú não está acima do bem e do mal. Estamos firmes na defesa dos trabalhadores e pelo cumprimento das leis que protegem o lesionado, já que a colega está sendo assistida psicologicamente por profissional, com atestado médico e respaldada pela CAT”, disse Ribamar Pacheco, diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará e representante do Nordeste na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, instância que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.
Segundo Ribamar, o próprio Itaú entrou em total contradição, “pois emitiu a CAT da bancária, admitindo a lesão por acidente de trabalho e agora afronta com essa demissão da colega por justa causa, de forma injustificável”.
A agência da Av. Washington Soares tem cerca de 15 funcionários que ainda estão em estado de pânico. Bancários, depois que passam por um assalto, demoram a voltar a ter vida normal. Nas unidades do Itaú, o estado é de tensão constante, principalmente por causa da recente decisão de retirar as portas eletrônicas de segurança.
“Onde está a humanidade? Onde está a segurança do bancário? Não temos outra forma de fazer a não ser protestar. Lacramos essa agência como forma de protesto pela forma desumana que o banco trata uma bancária lesionada por assalto”, ressaltou o diretor do Sindicato, Alex Citó.