Bancários fecham seis agências do Itaú em protesto contra exploração

64


  


Na segunda-feira, dia 26/11, os bancários paralisaram seis agências do Itaú em Fortaleza, em protesto contra decisão da direção do banco de estender o atendimento nas agências até às 20 horas, sem oferecer as mínimas condições de segurança aos bancários e clientes. Essa paralisação aconteceu simultaneamente em todo o Nordeste, coordenada pela Fetrafi/NE e Sindicatos, como forma de advertência, visando a abertura de negociação para discutir a questão com a direção do banco.


“Nosso protesto é pela irresponsabilidade do Itaú que, de forma unilateral, está querendo expor seus funcionários ao risco. As agências que terão horário diferenciado têm alto índice de insegurança, como as agências do Centro de Fortaleza”, denunciou o diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará e representante da Fetrafi/NE na COE Itaú, Ribamar Pacheco.


Para o dirigente, o grande problema é a extrapolação de jornada dos bancários. O banco não está contratando novos funcionários para esse horário estendido. Além disso, muitas agências que a direção do banco quer abrir até esse horário da noite, ficam em locais reconhecidamente sem segurança. O Itaú é um dos bancos que menos oferece itens de segurança nas suas agências. O banco recentemente retirou as portas de segurança (com detectores de metal) das suas unidades, deixando seus clientes e funcionários à mercê dos assaltantes.


“Nosso protesto não é contra o horário estendido, só queremos um atendimento que não prejudique nem os bancários, nem os clientes. Reivindicamos dois turnos para os bancários, para evitar extrapolação de jornada, a sobrecarga de trabalho e, principalmente, garantir segurança”, afirma Iêda Marques, diretora do Sindicato e funcionária do Itaú.


Regime de escravidão – O horário estendido das agências do Itaú muda a rotina dos bancários, que ficam prejudicados na vida acadêmica, social e familiar. “O banco ignora tudo isso, querendo impor cada vez mais um regime de escravidão. Temos uma reivindicação histórica cujo atendimento das agências seria das 9 às 17 horas. Com dois turnos de atendimento, onde os bancários não seriam explorados”, enfatiza Ribamar Pacheco.


Segundo o dirigente sindical, a Fetrafi/NE e Sindicatos irão acionar as Superintendências Regionais do Trabalho e Ministério Público do Trabalho para que o Itaú seja chamado à responsabilidade. Quanto à questão da segurança, os bancários vão acionar o Decon e Procon de cada Estado.