Bancários protestam contra práticas antissindicais do Santander

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Seguindo a agenda do Dia Internacional de Luta contra as práticas antissindicais do Santander, os funcionários da agência Praça do Ferreira, em Fortaleza, paralisaram o atendimento durante toda a quinta-feira, dia 23/5. O objetivo da manifestação, que teve o apoio do Sindicato dos Bancários do Ceará, é protestar contra a estratégia do banco de entrar com ações judiciais para tentar impedir que o movimento sindical se expresse e lute por seus direitos. Houve protestos em todo o Brasil e em outros países da América Latina.


Essa estratégia do banco, de ingressar na Justiça com ações indenizatórias por danos morais, foi utilizada pela primeira vez em 2011, depois de protesto dos trabalhadores durante a final da Copa Libertadores – que tinha o Santander como patrocinador. Na ocasião, os funcionários denunciaram as demissões em massa no Brasil, os elevados bônus pagos aos cargos executivos e o desrespeito com os aposentados do antigo Banespa. Por conta da ação judicial, várias entidades sindicais foram condenadas ao pagamento de R$ 1,5 milhão e, agora, recorrem dessa decisão, aguardando julgamento.


Neste ano, o banco recorreu à mesma tática depois do protesto realizado em todo o Brasil, no dia 11 de abril, contra a falta de funcionários, as demissões, as metas abusivas e o assédio moral. A ação na Justiça alega que a atuação das entidades prejudica, de forma irreparável, a imagem da instituição.


“O movimento sindical não aceita esse tipo de prática, que fere totalmente a nossa liberdade de expressão. As demissões não possuem nenhuma motivação justa. Na Espanha, que está em grave crise financeira, não existe essas demissões. Mas no Brasil, principal fonte de lucro mundial do Santander, a onda de demissões é uma realidade palpável, demonstrando que o banco é adepto, sim, de práticas antissindicais. Diante disso não iremos calar”, afirma Clécio Morse, diretor do Sindicato e funcionário do banco.


Somente nos quatro primeiros meses de 2013, o banco dispensou 878 funcionários – número que já supera as 765 demissões no mesmo período do ano passado. “Sem contar que em dezembro passado o banco já havia demitido, sem justa causa, 1.153 funcionários e cortado 975 empregos”, lembra Clécio.


No primeiro trimestre deste ano, o Santander Brasil lucrou R$ 1,5 bilhão – o que representa 26% do lucro mundial. “Não há justificativa para tantas dispensas. A realidade nas agências exige mais funcionários e melhores condições de trabalho para garantir melhor atendimento à população”, afirma Carlos Titara, diretor do Sindicato e funcionário do Santander. “Acreditamos no caminho do diálogo para resolver os problemas, mas o banco tem escolhido o caminho da intimidação”, conclui o diretor.