Bancários querem parcelar salário adiantado nas férias em até 10 vezes

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Quando saem de férias, os bancários recebem o adiantamento do salário do mês e o valor correspondente a um terço do salário, previsto na Constituição. O salário adiantado, no entanto, é descontado da maioria dos trabalhadores de uma só vez no dia do pagamento no mês de retorno do descanso, o que faz com que muitos colegas acabem passando por dificuldades financeiras quando voltam das férias.


Para evitar isso, uma nova reivindicação foi aprovada da 14ª Conferência Nacional dos Bancários e incluída na minuta entregue para a Fenaban e que foi discutida na mesa de negociação da Campanha 2012.


A proposta faculta ao trabalhador o desconto do salário adiantado em até 10 vezes, sem juros, a exemplo do que já fazem Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander para os oriundos do Banespa.


Assim, ao invés de retornar das férias e não ganhar nada, o bancário receberia o salário com o desconto apenas da primeira parcela. As demais seriam descontadas nos meses seguintes, sucessivamente, sem qualquer correção.


“Essa reivindicação é positiva para os bancários que ainda não contam com essa opção de parcelar o adiantamento do salário do mês das férias. O custo seria ínfimo para os bancos e agregaria mais uma conquista na convenção coletiva”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.


Volta das férias sem aperto no orçamento – Bancária de uma instituição privada, Cibele acredita que a medida iria ajudar muito no retorno das férias. “Costumo tirar minhas férias entre setembro e outubro, então normalmente quando volto já posso contar com a primeira parcela da PLR, por isso fico mais tranquila. Mas os colegas que tiram férias em outros períodos reclamam muito. Eu mesma se mudasse meu mês de férias, passaria por dificuldades na volta”.


Tiago, funcionário de outro grande banco privado, concorda: “é muito comum os bancários passarem aperto no mês seguinte ao das férias. Eu já passei muito por isso. É preciso ser muito controlado para não sentir falta do dinheiro no retorno, até porque nas férias normalmente você gasta muito mais. Depois as contas vão vencendo e você vai ficando apertado. Acho uma ótima medida e ajudaria muito, e é importante que ela seja opcional, assim o trabalhador não precisa aderir se não quiser”.