Bancários reivindicam 14,78% de reajuste salarial, defendem emprego e manutenção de direitos

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A Conferência Nacional dos Bancários definiu estratégias de luta da categoria para o próximo período e aprovou a pauta de reivindicações da Campanha Nacional 2016, bem como definiram os eixos para a organização e mobilização contra a retirada de direitos trabalhistas, previdenciários e defesa da democracia. Reunidos de 29 a 31/7, em São Paulo, a Conferência contou com a participação de 633 delegados, além de 34 observadores e 51 convidados.


Os eixos centrais da Campanha 2016: reajuste de 14,78%, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, defesa do emprego, combate às metas abusivas e ao assédio moral, fim da terceirização, defesa das empresas públicas e contra a perda de direitos. A pauta de reivindicações será entregue aos bancos no dia 9 de agosto. Durante a Conferência Nacional, os bancários analisaram a atual conjuntura econômica e política, com vários ataques aos direitos dos trabalhadores.


Os bancários estão mobilizados para uma campanha forte e vamos nos unir com trabalhadores de outras categorias que fazem campanha no segundo semestre. Aprovamos um manifesto contra a retirada de direitos dos trabalhadores, contra a Reforma da Previdência, o congelamento dos gastos com saúde e educação, em defesa do Pré-Sal, e contra o PL da terceirização.


Manifesto: Nenhum Direito a Menos! – Bancários aprovaram  durante a Conferência, por unanimidade, documento assinado pelas centrais sindicais CUT, CTB, UGT, e Intersindical, conjuntamente, contra o governo interino de Michel Temer e seu programa de retirada de direitos dos trabalhadores.


Consulta Nacional: bancários elencam prioridades


Durante a 18ª Conferência Nacional dos Bancários 2016, o Dieese apresentou os resultados da Consulta Nacional 2016. Os bancários apontaram como prioridades para Campanha o emprego, saúde e condições de trabalho e segurança bancária. Foram respondidos 44.626 questionários. Um total de 32 entidades, e seis federações entregaram as consultas.


Em relação à remuneração direta, 47% dos trabalhadores apontaram que o aumento real dever ser a principal reivindicação. Quanto à remuneração indireta, 41% defenderam cesta alimentação maior. Sobre emprego, os bancários querem mais contratações, igualdade de oportunidade e o fim das terceirizações. As metas abusivas e ao assédio moral foram apontados como dos principais problemas relacionados à saúde dos trabalhadores.


Sobre segurança, os bancários reivindicam adicional de risco de 30% nas agências, postos e tesouraria, além de monitoramento por câmeras em tempo real. Os bancários também ressaltaram o posicionamento em relação a temas como a reforma da previdência e da CLT.


Dos mais de 40 mil trabalhadores que responderam à consulta, 76% são contrários à reforma da Previdência Social e 85% não querem a redução de direitos da CLT, conforme está sendo proposto pelo governo interino de Michel Temer.


Principais reivindicações aprovadas na Conferência


Reajuste salarial: 14,78% (incluindo reposição da inflação mais 5% de aumento real)

PLR: 3 salários mais R$ 8.317,90

Piso: R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 880,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

Igualdade de oportunidades: combate às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).