Bancários reivindicam 16%, garantia de emprego e o fim das terceirizações

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A 17ª Conferência Nacional dos Bancários aprovou na plenária final, realizada no domingo, 2/8, em São Paulo, a estratégia, o calendário e a pauta de reivindicações da Campanha Nacional 2015, que terá como eixos centrais reajuste de 16%, valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.299,66 em junho), PLR de três salários mais R$ 7.246,82, defesa do emprego, combate às metas abusivas e ao assédio moral e fim da terceirização.


Participaram da Conferência, aberta na sexta-feira, 31/7, no hotel Hotel Holiday Inn Parque Anhembi, 667 delegados, sendo 219 mulheres e 448 homens, além de 42 observadores.


“Nossa campanha desse ano não vai ser fácil, mas juntos, com a força da nossa mobilização, estaremos na luta por aumento real, garantia do emprego e defendendo uma agenda que não permita retrocessos para a classe trabalhadora, como é o caso do PLC 30 da terceirização”, avalia o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra.


Entrega da pauta – O Comando Nacional dos Bancários entregará a pauta de reivindicações à Fenaban, no próximo dia 11 de agosto, em São Paulo. Foram realizadas 48 mil consultas entre os bancários para construção da Campanha.


“Ao entregarmos a minuta para os banqueiros começam as negociações. O Brasil vive agora uma crise política, que foi transformada em crise econômica. Mas nossos patrões navegam num mar tranquilo. Tiveram lucros altíssimos, apresentados no primeiro e segundo trimestres. Temos certeza que eles terão responsabilidade e coerência na negociação com a gente. E que vamos ter o ganho real que estamos reivindicando e vamos trazer mais conquistas para a categoria”, acrescentou Roberto Von der Osten, presidente da Contraf.


Conjuntura Nacional – Os 667 delegados que participaram da 17ª Conferência também discutiram temas importantes da conjuntura nacional, como as consequências do processo de terceirização, reforma tributária, desenvolvimento econômico e estrutura do sistema financeiro atual. Também houve duras críticas ao último aumento da taxa Selic, que passou para 14,25% ao ano, e ao ajuste fiscal, liderado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.


Principais reivindicações aprovadas na Conferência


Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)


PLR: 3 salários mais R$7.246,82


Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).


Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).


Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.


Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.


Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.


Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.


Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.


Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).