Bancários reivindicam mudança na regra da PLR para impedir perdas

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Com a proposta de apenas 6% de reajuste sobre todas as verbas salariais – menor que o índice da quase totalidade dos acordos feitos por outras categorias no primeiro semestre – e com o truque do superdimensionamento das Provisões para Devedores Duvidosos (PDDs), os bancos querem reduzir este ano a distribuição da PLR de uma parte considerável dos bancários. Em contraposição, vão engordar ainda mais a remuneração milionária de seus diretores estatutários.


Essa é uma das razões pelas quais o Comando Nacional dos Bancários considerou a proposta da Fenaban insuficiente e orientou os sindicatos a aprovarem greve por tempo indeterminado a partir do dia 18.


Pesquisa realizada pelo Dieese mostrou que 97% dos acordos salariais celebrados no primeiro semestre do ano contemplaram aumentos reais de salário. Não tem sentido o sistema financeiro, o mais rentável de toda a economia, conceder reajustes inferiores aos dos outros setores.


Mudança na regra da PLR para impedir perdas – Os bancos querem ainda reduzir a PLR, por intermédio do truque das altíssimas Provisões para Devedores Duvidosos (PDDs), desproporcionais à inadimplência real do setor. Os seis maiores bancos (BB, Itaú, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) tiveram lucro líquido de R$ 25,2 bilhões no primeiro semestre deste ano e provisionaram R$ 39,15 bilhões para as dívidas superiores a 90 dias, contrastando com uma inadimplência muito baixa.


Com isso, os bancários podem receber valores menores que os de 2011. A Fenaban propõe, apenas, reajustar em 6% os valores da regra básica (de R$ 1.400,00 para R$ 1.484,00) e da parcela adicional (de R$ 2.800,00 para R$ 2.968,00) e não concorda em alterar os percentuais do lucro líquido a ser distribuído pelos bancos.


Para impedir perdas, os bancários estão reivindicando na Campanha 2012 uma mudança na regra de cálculo da PLR, que deve ser três salários mais R$ 4.961,00 fixos.


O que torna a proposta de PLR da Fenaban ainda mais absurda é que, enquanto tira dos trabalhadores, os bancos são benevolentes com seus altos executivos, que vão receber este ano um aumento real considerável.