Bancários repudiam demissões e param quatro agências do Itaú em Fortaleza

43

Apesar da forte chuva na capital cearense na quarta-feira, dia 23/5, os bancários do Itaú cerraram as portas de quatro agências no Centro de Fortaleza, em repúdio à política de demissões do banco, que somente nos últimos dois meses demitiu 20 funcionários no Estado. Dirigentes do Sindicato dos Bancários do Ceará estiveram à frente das manifestações de repúdio, pedindo a compreensão da população e explicando os motivos da paralisação.


Com muito som e animação, faixas e cartazes, além da distribuição de jornal à população, os bancários denunciam a campanha de marketing do banco, que esconde a verdadeira face da instituição financeira que obteve o maior lucro líquido do ano passado entre os bancos brasileiros: R$ 13,6 bilhões. A propaganda do Itaú não mostra nem de longe a realidade vivida pelos bancários, que tem péssimas condições de trabalho.


As atividades das quatro unidades do Itaú de Fortaleza ficaram paralisadas das 8h às 16h, como parte de uma campanha nacional, coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e encaminhadas pelos sindicatos em suas respectivas bases, em protesto contra as demissões e o assédio moral. O Dia Nacional de Luta dos bancários do Itaú contra as demissões ocorreu em todo o País.

Bancários repudiam demissões – “Repudiamos essa forma desumana do Itaú de praticar demissões em massa. Só na base do Ceará foram colocados na rua 22 colegas do banco, sendo demissões injustificáveis haja vista a alta lucratividade do Itaú. Repudiamos também a precarização das condições de trabalho, pois são poucos funcionários para dar conta de uma demanda crescente de clientes, como também o pouco investimento em segurança bancária. Vamos pressionar o banco para estancar essas demissões e retornar à mesa de negociação para negociarmos as questões gerais da categoria”, enfatizou o diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará, Ribamar Pacheco.


Segundo o dirigente sindical, o Itaú está também na contramão da segurança ao retirar as portas giratórias, o que facilita a vida dos assaltantes e põe em risco a vida dos bancários. “Nos últimos meses, o Itaú tem sido um dos bancos mais visitados pelos assaltantes, fruto da facilidade após a retirada das portas giratórias”, concluiu Ribamar.

Ressaltou o presidente do SEEB/CE, Carlos Eduardo Bezerra que “mesmo com o elevado lucro, o Itaú mantém política de demissões que atinge principalmente funcionários mais experientes de agências. Em muitos casos há substituição de bancários por outros com salários menores, situação que precariza a categoria e prejudica a população”.