Realizado em dois dias (7 e 8/6), o Encontro Nacional dos Funcionários de Bancos Privados reuniu 374 delegados, sendo 110 mulheres e 264 homens, em São Paulo. Além de construir as minutas com reivindicações específicas dos bancários do HSBC, Bradesco e Itaú, e contou com discussões importantes sobre a conjuntura política e econômica, a ser enfrentada pelos trabalhadores na Campanha Nacional deste ano.
“O número de participantes extrapolou o de inscrições e o evento mostrou a unidade da categoria para a mobilização nacional, o fortalecimento da Convenção Coletiva, e a nossa organização para conquista de novos direitos e para a luta contra os retrocessos”, avaliou o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.
“O golpe é contra cada um de nós” – Durante o Encontro, os bancários analisaram as perdas e as ameaças que o “governo” interino e ilegítimo de Michel Temer representa para toda a classe trabalhadora. O presidente da Contraf-CUT fez uma análise do cenário atual: “2016 não é um ano difícil, é muito difícil. Temos visto uma convergência entre empresários, grande mídia e um judiciário partidarizado. Eles compraram um congresso nacional, financiando 70% dos parlamentares, para colocar em prática a pauta bomba contra os trabalhadores, com projetos como a terceirização. Mas também estamos em Brasília e nas ruas para fazer este combate”, disse.
4,5 mil postos de trabalho eliminados – O nível de emprego continua caindo. O Dieese apresentou dados com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), que revelam: de janeiro a abril de 2016, foram eliminados 4,5 mil postos de trabalho no setor financeiro. Em doze meses houve uma redução de 11.305 postos de trabalho. O número de agências também está caindo e o atendimento remoto predomina.
Por outro lado, os cinco maiores bancos do País somam um lucro de R$ 69,9 bilhões, em doze meses. No 1º trimestre de 2016, o lucro destes bancos somou R$ 13,1 bilhões, com queda de 19,4% em relação ao 1º trimestre de 2015.
Confira as principais reivindicações:
ITAÚ
Na minuta que será entregue ao banco estão reivindicações de emprego (fim das demissões e mais contratações), saúde, remuneração, condições de trabalho, previdência privada, segurança e igualdade de oportunidades.
BRADESCO
Emprego é o destaque, entre outras, como auxílio-educação, adiantamento de férias, plano de cargos e salários, remuneração total, segurança bancária, plano de saúde e seguro saúde, fim do assédio moral e fim das metas abusivas.
HSBC
Entre as principais reivindicações está a garantia do emprego dos bancários do banco comprado pelo Bradesco, e a manutenção das conquistas específicas dos funcionários do HSBC, como a bolsa-educação, o parcelamento de férias e planos de saúde.