Bancários vão às ruas em Dia Nacional de Luta

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A CUT e as demais centrais (Força Sindical, CGTB, CTB, NCST e UGT) realizam nesta terça-feira, dia 18/1, um dia nacional de luta em defesa da correção da tabela do imposto de renda, aumento do salário mínimo para R$ 580, e reajuste de 80% nos benefícios das aposentadorias e pensões que recebem acima do mínimo. As entidades também encaminharam um pedido de audiência à presidente Dilma Rousseff e aos ministros para discutir a primeira pauta de reivindicações da classe trabalhadora em 2011.


A Contraf-CUT chama os sindicatos e federações de bancários de todo País a tomar as ruas e participar ativamente das manifestações, levando faixas, cartazes e bandeiras para fortalecer a mobilização dos trabalhadores e arrancar as primeiras conquistas deste ano.

CORREÇÃO DA TABELA DO IMPOSTO DE RENDA – Acordo conquistado no governo Lula corrigiu a tabela em 4,5% ao ano desde 2007, após um grande período em que permaneceu congelada na administração FHC. Para 2011, no entanto, ainda não há uma política prevista. “Sem esta correção, virariam fumaça os aumentos reais de salário conquistados por inúmeras categorias profissionais como bancários, comerciários, metalúrgicos, metroviários e trabalhadores da informática, pois acabariam mudando de alíquota e tendo majorada a sua contribuição para a Receita”, destaca o manifesto das centrais.


O secretário-geral da Contraf-CUT, Marcel Barros, afirma que, “se não houver correção, os aumentos reais de salários que os bancários conquistaram com a força da greve nacional de 2010 serão engolidos pelo leão do imposto de renda”. Para ele, a participação dos bancários é fundamental. “Vamos mostrar a nossa disposição de luta para fazer valer o direito dos trabalhadores à correção da tabela do IR, de acordo com a inflação do período, além da necessidade de retomar o debate sobre a revisão da tabela”, destaca Marcel.

AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO – Conforme o secretário-geral da CUT, Quintino Severo, trata-se de uma estratégia unificada das centrais para lutar pela manutenção da política de valorização do mínimo, responsável por melhorar a distribuição de renda, combater as desigualdades sociais e fazer com que mais de 30 milhões de pessoas melhorassem de classe social.


“Não vamos deixar de lutar contra qualquer retrocesso na política de valorização permanente que conquistamos após muitas marchas e muita pressão. Não fosse o crescimento de 53% do mínimo que tivemos durante o governo Lula, que fortaleceu o mercado interno, certamente não teríamos sido os últimos a entrar na crise econômica mundial e os primeiros a sair. Esse aumento de R$ 510.00 para R$ 540,00 previsto no orçamento, sequer contempla a inflação do período”, critica.


De acordo com dados do Dieese, o aumento acumulado do INPC foi de 6,47% no último período, enquanto o reajuste de R$ 510 para R$ 540 representaria somente uma correção de 5,88%.

REAJUSTE DAS APOSENTADORIAS E PENSÕES – As aposentadorias e pensões acima do mínimo fixado em R$ 540 terão reajuste de 6,41%, abaixo da variação do INPC de 6,47% no período. Para Quintino, é importante ainda que esses aposentados e pensionistas tenham a elevação em ao menos 80% do que será dado ao mínimo, já que representam um fator importante para que a economia brasileira mantenha o sólido crescimento. “A ação conjunta das centrais sindicais em torno destes três pontos reforça a pressão para sensibilizar o governo e os parlamentares da necessidade da negociação com os trabalhadores. Mais do que valores, estamos falando de um projeto de país, de desenvolvimento com justiça social e distribuição de renda”, declarou o secretário-geral da CUT, Quintino Severo.