Banco Central determina curso de formação para correspondentes bancários

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Recentes decisões conjuntas do Banco Central (BC) deixam claro o risco a que os bancos expõem os clientes quando repassam serviços eminentemente bancários a lotéricas, padarias, mercadinhos e açougues, os correspondentes bancários. Somam hoje 169 mil em todo o País, segundo dados do BC.


Por determinação do BC, a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) está desenvolvendo formas de capacitar os profissionais contra lavagem de dinheiro, além de cursos de educação financeira, produtos, ética, técnica de negociação, riscos da atividade e sua mitigação, legislação e regulação e Código de Defesa do Consumidor. Esse tipo de medida deixa clara a complexidade dos serviços repassados aos correspondentes bancários. “É importante analisar que os serviços repassados aos correspondentes são de muita responsabilidade e, geralmente, ficam nas mãos de funcionários de pequenos comércios, que não têm estrutura para lidar com esse tipo de serviço. É um grande risco não só para os clientes e para esses trabalhadores, mas para toda a sociedade”, alerta o presidente do Sindicato, Carlos Eduardo Bezerra.


A ABBC está estruturando uma certificação para os correspondentes equivalente àquela que a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais) disponibiliza para os gerentes de bancos. Os cursos (o primeiro será de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo) serão dados pela internet e atendem a uma legislação do Banco Central que determina esse tipo de formação para todos os funcionários diretos e terceirizados das instituições financeiras.


O curso mais amplo, que envolve riscos da atividade, está sendo estruturado pela Fundação Instituto de Administração (FIA), da Universidade de São Paulo, e estará pronto dentro de dois meses.