Banco do Brasil afirma que não prorrogará VCP dos funcionários

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Em mais uma das rodadas de negociação sobre a reestruturação entre a Contraf-CUT e o Banco do Brasil, o banco afirmou que não prorrogará a Vantagem de Caráter Pessoal (VCP) – verba que garantia o complemento salarial dos funcionários prejudicados pela reestruturação que extinguiu e cortou milhares de cargos no BB. Nova audiência de Mediação no Ministério Público do Trabalho está agendada para 9/6, em Brasília.


Na quinta-feira (1), o número de bancárias e bancários que não conseguiram a realocação e perderão os salários dos cargos anteriores chega a 2.100, sendo que outros 1.600 que estavam realocados em cargos inferiores também terão seus salários reduzidos. Os representantes dos funcionários insistiram para que houvesse a prorrogação da VCP considerando que, em centenas de casos, a redução salarial será de mais de 70% das verbas totais do funcionário.


Os representantes da Comissão de Empresa voltaram a cobrar do banco sobre as condições de trabalho nas agências que absorveram clientes de agências fechadas. Sobre as nomeações, BB informou que o TAO Especial e o TAO Normal continuarão abertos e fazendo recrutamento ao mesmo tempo, sendo que nos dois serão priorizados os funcionários que estavam em VCP. A Contraf-CUT reivindicou que na Carreira de Mérito fosse acrescida aos funcionários em VCP a mesma pontuação diária do cargo anterior, como forma de minimizar as grandes perdas salariais provocadas pela reestruturação.


NOMEAÇÃO DOS CAIXAS – Os sindicatos cobraram do banco a nomeação dos caixas que estão em substituição há mais de 90 dias como forma de reconhecimento que a função é necessária na agência. Existem relatos de caixas em substituição há quase dois anos e que não é nomeado. Reivindicaram também a prorrogação do prazo para que os funcionários que aderiram à jornada de 6 horas no novo plano de funções. Foi reivindicado também que o prazo seja contado a partir da adesão a nova jornada reduzida.


ESCRITÓRIOS DIGITAIS – O banco informou que há um esboço de cronograma de implantação de novos escritórios digitais e que está dependendo de várias áreas para que seja divulgado. A Comissão de Empresa relatou muitos problemas nas condições de trabalho nos escritórios digitais, tais como mobiliário, barulhos, sistemas e forma de cobrança de metas naquelas unidades. Os Sindicatos cobram a aplicação da NR-17 para o ambiente dos escritórios digitais, uma vez que se tornaram uma grande central de telemarketing.


GREVE GERAL DIA 28 – O Banco do Brasil afirmou que não vai negociar abono nem compensação de horas referente à Greve Geral convocadas pelas Centrais Sindicais em 28 de abril contra a Reforma da Previdência, Reforma Trabalhista e Terceirização sem limites. Os sindicatos aguardavam uma resposta do banco em relação a essa negociação, uma vez que vários Tribunais Regionais do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho reconheceram o direito de reivindicação da classe trabalhadora.


AGÊNCIAS EXPLODIDAS SERÃO FECHADAS – O Banco informou em apresentação na intranet da empresa que dezenas de agências explodidas serão fechadas definitivamente. Essa informação foi confirmada na mesa de segurança da SECASP e relatada pelos representantes da Contraf-CUT naquele fórum. A Comissão de Empresa manifestou preocupação com a informação, uma vez que o banco já fechou centenas de agências neste ano. O banco vai verificar as informações sobre isso e reportará a Contraf-CUT.


“Por falta de alternativa na mesa de negociação, vamos recorrer à via judicial para garantir a prorrogação de VCP e o não desconto do dia 28. A não prorrogação da verba que garante os salários dos funcionários prejudicados pela reestruturação prejudica milhares de funcionários e nós vamos dar uma resposta à altura”
Jannayna Lima, diretora do Sindicato e funcionária do BB