?Banco legal é banco seguro?

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A sociedade cearense está enfrentando um desafio muito grande nesse processo de desenvolvimento econômico e social do Brasil. Ao utilizar-se do sistema financeiro se percebe que precisamos avançar mais em políticas públicas para segurança bancária, mas também na responsabilidade dos bancos, setor que mais lucra neste País, na proteção da vida de clientes e trabalhadores. O Sindicato dos Bancários do Ceará apresentou a proposta de um Estatuto de Segurança Bancária que prevê obrigações do Estado e dos bancos.


No Estado precisamos aumentar o efetivo policial civil e militar para dar combate à formação de quadrilhas antes que os ataques ocorram e que essa sensação de insegurança gere questionamento de um poder paralelo ao estado democrático de direito: o crime organizado.


De acordo com a ONU, uma cobertura policial num estado democrático livre deve ser de um policial para cada 250 habitantes. Falta muito para que nosso Estado tenha essa cobertura, precisamos avançar nesse sentido. Precisamos também que esse efetivo se organize, com inteligência para investigar a movimentação, as fronteiras, o tráfico de armas e de explosivos. Além disso, os bancos não têm cumprido o que rege a lei estadual de segurança, nem as legislações municipais.


Os bancos estão na ilegalidade da segurança bancária. Estão fazendo economia em detrimento à proteção a vida do nosso povo. Enquanto a escalada da violência preocupa gravemente, bancos como Itaú e Bradesco estão retirando suas portas de segurança, diminuindo os equipamentos de segurança necessários.


Além do Estatuto de Segurança Bancária, para de fato termos um movimento da sociedade por mais paz, precisamos de uma campanha educativa para mostrar o papel do Estado e dos bancos e sua legislação. Estamos lançando a campanha “Banco legal é banco seguro”.


Esperamos que, com Executivo, Legislativo e Judiciário nas três esferas – federal, estadual e municipal, possamos com a sociedade civil mudar esse cenário. Com a redução dos indicadores da violência de fato levem a melhoria no atendimento bancário, sem ataques aos clientes e aos trabalhadores. Com segurança, com privacidade, com noção de fato de cidadania e justiça social.

Carlos Eduardo Bezerra, Presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará