A Comissão de Empresa dos Funcionários e o Banco do Brasil reuniram-se na quarta-feira, dia 4/7, quando o banco apresentou o que a Comissão chamou de “pseudo-proposta” para solucionar os problemas da Cassi. A proposta do banco se resume a retroagir os valores financeiros contidos no acordo original em 60 dias contados da data de aprovação do novo estatuto. Na prática, não há mudança alguma em relação ao texto que não foi aprovado no plebiscito com o funcionalismo realizado há um mês.
“Não há qualquer melhora na proposta acordada anteriormente e – sem alteração – é ilegal submeter o mesmo teor para nova apreciação dos associados. Não podemos colocar em votação a mesma proposta duas vezes”, explica Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.
Marcel destaca que a pseudo-proposta revela o desprezo do BB com a Cassi. “O BB não considera que a Cassi está com as despesas contingenciadas, não tem um orçamento aprovado e sequer tem recursos para o plano de associados. O banco está apostando na falência da Cassi e isto, aliado a tudo que vem ocorrendo dentro da empresa, mostra que esta diretoria está perdida. Uma direção que incentiva a aposentadoria precoce de 7 mil trabalhadores, que significam a história da empresa, não tem responsabilidade com o Banco e nem moralidade no trato com os funcionários”, critica.
Sobre a proposta apresentada pelos bancários há 15 dias para solucionar os problemas da Cassi, o BB informou que não tem nenhuma resposta a dar. Caso uma eventual proposta seja acordada, a realização do plebiscito terá de ocorrer entre 20 e 27/7.
PCS – O BB repetiu a mesma retórica no que diz respeito ao Plano de Cargos e Salários (PCS). Há um mês e meio a diretoria está tentando, via pacote de maldades, piorar o que já era ruim para os bancários. Diante da pressão da Contraf-CUT e dos protestos promovidos pelos funcionários do BB em todo o País, a empresa aceitou abrir negociações, mas não mostra qualquer vontade para avançar nas reivindicações dos trabalhadores.
Durante a reunião, o diretor que falava em nome do banco disse que não tinha qualquer proposta para apresentar porque houve “problemas que não estavam previstos” com a implantação do pacote. Afirmou também que não dispunha das “informações necessárias para discutir a proposta” apresentada pelo funcionalismo. Diante disso, o banco sugeriu não marcar nova data de negociação e informou que chamaria a Contraf para discutir assim que tiver uma posição.
A Contraf-CUT também questionou o fato de o BB cobrar das pessoas que aderiram ao plano de aposentadoria, e ainda não se desligaram, a assinatura de um termo que quita diversos direitos que não foram pagos. Os bancários ainda cobraram a reclassificação das ausências da greve contra o pacote de maldades. Outro ponto cobrado pela Contraf foi a irregularidade que o BB promove ao não pagar o devido adicional para quem exerce a função de caixa.