Banco reafirma que caixas não têm metas nem avaliação por vendas

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O Santander reafirmou dia 18/6, em São Paulo, que não existem metas nem avaliação por venda de produtos para os caixas. O banco ressaltou que haverá comunicação interna para todos os gestores da rede de agências sobre esse procedimento. O anúncio foi feito durante a primeira reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Condições de Trabalho, formado por representantes do banco e dirigentes da Contraf-CUT, sindicatos, federações e Afubesp. Dessa forma, o Santander reiterou compromisso firmado anteriormente em várias atas do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), quando ainda não havia sido adquirido o Real.


“Esperamos agora que a medida seja pra valer, pois os caixas têm função de atendimento dos clientes e não podem ter metas, como ocorre em várias unidades, inclusive com planilha afixada no quadro de avisos e outras práticas de assédio moral”, destaca o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.


Na reunião, os trabalhadores denunciaram que vários caixas estão sendo cobrados para que façam venda de produtos aos clientes. Cada funcionário deve fiscalizar o cumprimento dessa orientação do banco. Os gestores e as agências que teimarem em metas para os caixas devem ser denunciados para os sindicatos, a fim de que as entidades tomem as medidas cabíveis.

FALTA DE FUNCIONÁRIOS – Os dirigentes sindicais também apontaram a falta de funcionários na rede de agências, trazendo pressão, sobrecarga de trabalho, adoecimento de empregados e prejuízos no atendimento. Eles defenderam a contratação ou a realocação de trabalhadores afetados pelo processo de fusão. Os representantes do banco, no entanto, disseram que o quadro da rede está dimensionado pela média, ocorrendo somente alguns problemas nos dias de pico e uma demora na reposição de empregados. O assunto voltará a ser discutido nas próximas reuniões.


No último dia 10/6, diretores do Sindicato dos Bancários do Ceará visitaram a agência do Santander do Centro de Fortaleza e constataram o reduzido número de bancários da unidade, principalmente caixas, em relação à demanda de clientes. Segundo a gerência, já está havendo seleção para contratação de um caixa para suprir a demanda. Os diretores do SEEB/CE informaram também à gerência sobre denúncias que o Sindicato vem recebendo quanto à troca do pagamento da hora-extra por compensação. Na ocasião, o Sindicato enfatizou ser contra a implantação de banco de horas, o que não está previsto na Convenção Coletiva.

REUNIÕES DIÁRIAS – Outro tema discutido foram as reuniões que acontecem diariamente na rede de agências para a cobrança de metas de venda de produtos. Uma medida que tem causado grande insatisfação entre os bancários, pois muitas são realizadas antes ou após a jornada de trabalho, com o agravante de alguns gestores cometendo abusos e praticando assédio moral. Embora o banco tenha se negado a suspender tais reuniões, ele assumiu o compromisso de que elas só poderão ocorrer dentro da jornada, assegurando que serão pagas horas extras caso haja extrapolação do horário de trabalho.


Além disso, o banco disse que vai educar os gestores, através da inclusão do tema na grade de treinamento. As irregularidades também devem ser denunciadas aos sindicatos, a fim de que sejam adotadas as medidas pertinentes.